O ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, considera que a negociação entre o Governo e os credores de dívida pública com origem na empresa Ematum pode estar concluída até final do ano. “Os nossos assessores estão a avaliar a contraproposta dos credores e estou convencido de que estamos a caminhar para o fecho”, referiu o governante, citado esta quinta-feira pelo jornal estatal Notícias, sendo que a negociação pode ser concluída ainda no decurso deste ano.
Adriano Maleiane falava na quarta-feira, em Maputo, à margem da cerimónia de posse dos novos órgãos sociais do Instituto de Auditores Internos. O Comité da Dívida, que junta credores da dívida soberana, propôs no início de agosto, ao Governo moçambicano, o pagamento de 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) até 2023 e a partir daí a entrega do restante em função das receitas fiscais dos projetos de gás natural – com arranque de produção previsto para 2022.
Segundo fonte ligada às negociações, que falou à Lusa, a proposta que o comité dos credores entregou ao ministro das Finanças prevê que o Governo adie o pagamento de 860 milhões de euros, correspondentes a 80% do serviço da dívida, até à maturidade dos títulos, em 2023. A proposta dos credores mantém a exigência do pagamento total da dívida pública emitida, mas alarga o respetivo prazo, acrescentou.
O Comité da Dívida é composto por um grupo de credores que diz representar mais de 70% do total da dívida soberana de 727,5 milhões de dólares (626,2 milhões de euros) emitida em 2016 no seguimento da reconversão dos títulos obrigacionistas emitidos pela empresa Ematum, com garantia estatal.