Se esquecermos a Tesla nos EUA e, no resto do mundo, a Renault com o Zoe e a Nissan com o Leaf, não há muitos fabricantes a apostar seriamente nos veículos eléctricos. Essencialmente porque, sem volume de produção, não há preços competitivos e, para fabricar em quantidade, é necessário investir uma fortuna na produção de baterias e outra igual nos veículos.

Vem isto a propósito da confissão do responsável pela logística da Audi, Patrick Danau, que declarou que a marca dos quatro anéis, que já está a fabricar o novo e-tron, o SUV eléctrico da marca germânica, vai “incrementar a produção gradualmente até final do ano, altura em que atingirá a velocidade de cruzeiro, para depois garantir 20.000 unidades em 2019”.

Ora, aí é que está o problema: 20.000 e-tron é o mesmo valor do que a Porsche pretende produzir de Taycan, a sua berlina eléctrica produzida sobre a mesma base. Trtata-se de um número pequeno para (verdadeiramente) fazer mossa nas emissões poluentes que esta classe de veículos emana para a atmosfera, quando monta motores a gasolina e a gasóleo, o que acontece em cerca de 99% das vezes.

e-tron. Já arrancou a produção do SUV eléctrico da Audi

Basta ter presente que 20.000 e-tron por ano é bastante menos do que os 50.000 que a Tesla vende de Model X, um SUV ligeiramente maior do que o Audi, mas a marca americana ainda tem de produzir o Model S e o Model 3. Parte da explicação para este acanhado objectivo de produção pode ser encontrado noutras frases de Danau, que afirmou igualmente que “o e-tron está a ser montado próximo de Bruxelas, na Bélgica, mas com motores eléctricos que vêm de outra fábrica da marca, na Turquia, onde são igualmente produzidos o A3, Q3 e TT”.

É certo que a Audi pensa lançar rapidamente um e-tron Sportback, que aumentará o volume de eléctricos produzidos, mas com as novas restrições de CO2 previstas para 2030, vai ter de passar a ter de fabricar muitos mais carros eléctricos. E rapidamente.

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