Andreia Couto, antiga diretora jurídica, diretora executiva e presidente interina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), foi despedida por justa causa e alvo de uma queixa-crime por parte do organismo liderado por Pedro Proença. De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal A Bola, Andreia Couto já estava afastada das funções desempenhadas na LPFP há vários meses e a queixa já foi entregue à Polícia Judiciária em agosto, mas o despacho que aplica a “sanção de despedimento com justa causa, sem direito a indemnização ou compensação” só foi proferido a 1 de outubro.

Andreia Couto, que entrou para a LPFP em 2002 e é irmã de Fernando Couto, antigo internacional português, integrou várias direções do organismo mas perdeu protagonismo com a entrada de Pedro Proença, em julho de 2015. O caso remonta a abril e Andreia Couto está a ser investigada por suspeitas de divulgação de documentação confidencial e acesso indevido à mesma e a Polícia Judiciária apreendeu o telemóvel e o computador da ex-diretora executiva. Além disso, a Liga alega ainda que a ex-funcionária “desrespeitou” Pedro Proença durante uma sessão de formação e “falsificou as declarações de amamentação do filho mais novo”.

Segundo o jornal A Bola, que cita o despacho proferido por Pedro Proença e Sónia Carneiro, a atual diretora executiva da LPFP, Andreia Couto “efetuou cópias de determinados documentos para uma pen” e “acedeu a arquivos digitais da LPFP para os quais não estava devidamente autorizada”. Em causa estão vários contratos da Liga com diferentes entidades que foram tornados públicos – a direção da Liga suspeita, então, que terá sido Andreia Couto a responsável pela fuga de informação.

Em resposta às acusações, a antiga funcionária da LPFP enviou uma carta ao organismo onde nega todas as alegações e afirma não reconhecer “legitimidade” à Liga para a sancionar com “despedimento por justa causa”, acrescentando que em momento algum acedeu a “informação a que não pudesse aceder”. Andreia Couto reconhece, ainda assim, que transferiu vários documentos para uma pen mas garante que com a finalidade de “responder com a prontidão exigida perante qualquer solicitação da LPFP”.

Andreia Couto acrescenta que sempre se mostrou disponível para colocar um término na sua relação contratual com a Liga mediante “compensação monetária” e que toda a situação será resolvida em tribunal. Já esta quinta-feira, em resposta às notícias que dão conta do despedimento por justa causa e da investigação da Polícia Judiciária, Andreia Couto emitiu um comunicado onde afirma ser “redondamente falso” que tenha passado informações confidenciais para o exterior.

“No relatório/decisão proferido no âmbito do processo disciplinar em nenhum lado se me imputa tais factos e até pode ler-se ‘ao contrário do que a trabalhadora tentou fazer crer, a arguente não insinua que aquela é responsável voluntária pela divulgação pública dos ficheiros da LPFP’. Esclareço ainda que na nota de culpa que me foi enviada, apesar de ser expressamente manifestada a intenção de despedir, esses factos não vêm alegados. Desconheço a existência de qualquer participação crime que tenha sido efetuada contra mim. Já reagi judicialmente contra a decisão de despedimento”, acrescentou ainda Andreia Couto.

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