Phil Jackson foi um dos melhores treinadores de sempre de basquetebol mas há uma frase que pesa tanto no seu legado como os 11 títulos de campeão nos Chicago Bulls e nos Los Angeles Lakers – “Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos”. E essa ideia ainda hoje é utilizada por técnicos das mais variadas modalidades, na sua forma original ou nas variantes como a que foi feita por um dos melhores atletas de todos os tempos. “O primeiro passo para se ganhar será uma defesa coesa. Um dia Michael Jordan disse que uma boa equipa com um bom ataque consegue ganhar jogos, mas uma boa equipa com uma defesa permite ganhar campeonatos. O ataque é normalmente mais divertido, todos os jogadores estão habituados a jogar com bola, mas necessitamos de atletas capazes de jogar sem bola na defesa”, dizia Carlos Resende no lançamento do clássico.

Com o Sporting a manter a mesma regularidade que lhe permitiu ganhar os últimos dois Campeonatos (e chegar a uma inédita qualificação para os oitavos da Liga dos Campeões), a clara melhoria do FC Porto e do Benfica promete promover uma prova disputada até às derradeiras jornadas. No lado dos dragões, a chegada do sueco Magnus Andersson ao comando técnico trouxe outra qualidade à equipa, que melhorou e muito sobretudo na defesa (permitindo feitos históricos como o triunfo frente ao Magdeburgo que deu entrada na fase de grupos da Taça EHF); em relação às águias, percebe-se que a manutenção do treinador e das principais unidades com um reforço de peso na baliza (Ristovski) permitiu dar continuidade ao projeto que teve início da última temporada. É por isso que os clássicos ganharam agora outro peso nas decisões. E, no deste sábado, o conjunto azul e branco foi mais forte (28-24), igualando assim o Sporting na liderança da classificação.

O Benfica até começou melhor o encontro mas a primeira parte iria resumir-se numa única frase: a melhor fase dos encarnados até ao intervalo, com um parcial de 5-0, ficou aquém da melhor fase dos azuis e brancos, que viraram na resposta com um 8-0. Houve outros fatores que pesaram na decisão do clássico mas foi no “fosso” de cinco golos criado pelo FC Porto que acabou por estar a chave de uma partida onde a defesa das águias ainda conseguiu ser superior na primeira metade, deixando em branco o ataque dos dragões durante sete minutos quando o rival estava em inferioridade numérica (de 3-5 chegou aos 8-5). Depois, em 12 minutos, houve um eclipse tão grande que até golos sem guarda-redes na baliza foram falhados: os visitados foram recuperando, passaram para a frente e alargaram a vantagem aos cinco golos quase em cima do intervalo (13-8).

No segundo tempo, logo no arranque e sensivelmente a meio, o Benfica ainda reduziu para apenas dois golos de diferença mas o FC Porto foi conseguindo sempre gerir o resultado beneficiando das intervenções decisivas de Alfredo Quintana em muitas bolas que podiam ter alterado o sentido da partida. E quando Resende fala, e bem, na importância da defesa, há também no andebol essa figura fulcral do guarda-redes que, este sábado, teve mais destaque no luso-cubano (14 defesas em 37 remates, com uma eficácia de 38%) do que em Ristovski. No final, os dragões ganharam por 28-24 num jogo onde o central encarnado Pedro Seabra foi o melhor marcador com seis golos, seguido do lateral azul e branco André Gomes (cinco).

Com este resultado, o FC Porto igualou o Sporting na liderança do Campeonato com 34 pontos, mais dois do que o Benfica. Na próxima jornada, os leões vão receber o Arsenal Devesa, ao passo que os dragões defrontam fora o Maia ISMAI. A Luz vai receber o jogo grande da 13.ª e última jornada da primeira volta, com a receção do Benfica ao Belenenses.

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