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Rafa viu "a luz" e Rui Vitória ficou iluminado (a crónica do Benfica-Feirense)

Este artigo tem mais de 5 anos

O Benfica goleou o Feirense por 4-0 e carimbou o melhor resultado da temporada. Rafa parece ter visto "a luz" de que Vieira falou e ofereceu a Rui Vitória uma segunda parte iluminada.

Rafa foi o grande maestro da vitória encarnada
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Rafa foi o grande maestro da vitória encarnada

Jorge Amaral / Global Imagens

Rafa foi o grande maestro da vitória encarnada

Jorge Amaral / Global Imagens

Rui Vitória tinha prometido. Na antevisão do jogo deste sábado, o treinador do Benfica tinha dito que ia entrar em campo antes da equipa e aplaudir todos os jogadores. Mais do que uma tomada de posição e uma afirmação de apoio ao plantel, Vitória colocava-se à mercê dos adeptos: normalmente, na saída do túnel de acesso ao relvado, a equipa sai, concentra a atenção das bancadas e o treinador, que entra em campo na cauda da comitiva, passa habitualmente despercebido. Ao subir ao relvado sozinho, antes dos jogadores, Rui Vitória colocava-se nas mãos dos adeptos. O tribunal da Luz respondeu de forma ambígua e, se numa primeira fase se ouviram muitos assobios ao treinador — que esta semana quase deixou o clube –, logo as bancadas centrais se levantaram para aplaudir o técnico que conquistou seis títulos ao serviço dos encarnados.

Com o Feirense, o Benfica voltava a jogar depois de uma semana que contou com a eliminação da Liga dos Campeões, queda para a Liga Europa, quase despedimento de Rui Vitória e “uma luz” de Luís Filipe Vieira que lhe permitiu manter o treinador. A necessidade de vencer — para lá da justificação óbvia, que era não perder terreno para os três da frente nem ficar sujeito a ser ultrapassado pelo Rio Ave — estava diretamente ligada à manutenção de Rui Vitória no comando técnico do clube, ao estado anímico dos jogadores e à recuperação da confiança dos adeptos. Era o Estádio da Luz, o adversário era um Feirense que vinha de duas derrotas consecutivas para o campeonato (e tem apenas mais dois pontos do que o último) e a oportunidade era a ideal para fechar de forma mais agradável uma semana com poucos pontos altos.

Vitória prometeu e cumpriu: entrou em campo antes da equipa e bateu palmas aos jogadores

Rui Vitória voltava a não poder contar com Salvio, que já não jogou em Munique e permanece lesionado, e decidiu fazer três alterações face à equipa que a meio da semana perdeu com o Bayern: regressou Jardel para o eixo da defesa, depois de cumprir castigo tanto no campeonato como na Liga dos Campeões (Conti passou de titular na Alemanha para não convocado em Lisboa), Gedson entrou para o lugar de Gabriel e Zivkovic ocupou o espaço de Cervi. O médio sérvio, a maior surpresa no onze do Benfica na receção deste sábado ao Feirense, foi titular pela primeira vez esta temporada. Já Nuno Manta Santos, que já não tinha Vítor Bruno devido a castigo, perdeu Babanca durante o aquecimento e teve de substituir o médio, uma figura estrutural da equipa do Feirense, por Alphonse.

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Ficha de jogo

Benfica-Feirense, 4-0

11.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Gedson (Gabriel, 80′), Pizzi (Krovinovic, 88′), Zivkovic, Rafa, Jonas (Seferovic, 81′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Alfa Semedo, Cervi, João Félix

Treinador: Rui Vitória

Feirense:Caio, Edson Farias, Nascimento, Briseño, Tiago Gomes, Cris, Alphonse (Edinho, 62′), Sturgeon (Brian, 45′), Tiago Silva, Luís Machado (Marco Soares, 83′), João Silva

Suplentes não utilizados: Brígido, Diga, Miller, João Tavares

Treinador: Nuno Manta Santos

Golos: Jonas (48′), Bruno Nascimento (58′, ag), Rafa (68′), Seferovic, (88′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Rafa (3′), a Alphonse (30′), João Silva (34′)

O jogo arrancou rápido e Rafa poderia ter feito o primeiro logo nos primeiros instantes, depois de uma jogada individual pela esquerda do ataque. Os jogadores encarnados pareciam decididos a marcar depressa, para não correrem riscos, e entraram em campo com uma velocidade que rapidamente contrastou com a abordagem mais defensiva do Feirense ao jogo — que protegia a baliza de Caio com duas linhas de quatro homens, que se empenhavam na pressão alta e a funcionar como tampão. O sentimento de urgência do lado encarnado ficou patente ainda antes dos dez primeiros minutos de jogo, quando Rúben Dias, numa fase muito embrionária da partida, pediu a Vlachodimos que fosse mais rápido na conversão de um pontapé de baliza.

O ímpeto ofensivo do Benfica, porém, perdeu-se quando o coração começou a ter prioridade sobre a cabeça: faltava confiança, discernimento e certeza aos jogadores encarnados, no passe, nas transições e no remate, e todas as tentativas de criar lances de perigo acabavam perdidas num erro evitável. O jogo caiu em termos de qualidade a partir dos primeiros 20 minutos — muito graças à maior combatividade permitida pelo árbitro Rui Costa, que foi demasiado rigoroso e assinalou uma média de uma falta a cada dois minutos. Na ida para o intervalo, o Benfica tinha mais bola, mais remates enquadrados, muito mais caudal atacante mas não tinha qualquer oportunidade de golo digna desse nome. O balão de oxigénio ficava adiado para o segundo tempo.

Nuno Manta Santos perdeu Sturgeon ainda no final da primeira parte — o ex-avançado do V. Guimarães lesionou-se com gravidade — e foi obrigado a mexer no onze para lançar Brian Gómez. Rui Vitória optou por não realizar alterações e deixou Cervi, Seferovic e João Félix sentados no banco. Mas os dois elementos que fariam a diferença já estavam dentro de campo: Grimaldo e Rafa — o segundo trocou com Zivkovic no segundo tempo e passou para a ala direita –, que têm sido dois dos jogadores mais inconformados do Benfica nos últimos jogos, onde os encarnados apresentaram um nível exibicional mais baixo, já tinham sido os principais focos de desequilíbrio na primeira parte e voltaram a assumir esse papel na segunda.

Aos 48 minutos, quando o Feirense ainda estava a organizar-se e a tentar recuperar as linhas recuadas que tão bem tinham funcionado nos primeiros 45 minutos, Grimaldo lançou no corredor esquerdo e colocou a bola de forma perfeita à mercê de Jonas: o brasileiro, com um gesto técnico notável, antecipou-se a Briseño e bateu Caio pela primeira vez. O plantel reuniu-se, correu diretamente para a bancada para celebrar com os adeptos e teve uma espécie de reunião para espantar fantasmas. Estava lançado o mote para a segunda parte.

Dez minutos depois, Grimaldo abriu de forma exemplar para Rafa. Caio estava avançado e foi facilmente ultrapassado pelo médio português, que depois perdeu ângulo para o remate e acabou por realizar um compasso de espera pela chegada de Jonas. Quando o brasileiro entrou na grande área, Rafa colocou certeiro e rasteiro, mas Bruno Nascimento antecipou-se e acabou por desviar para dentro da própria baliza. O Benfica entrou forte e dominador na segunda parte e colhia esses frutos: ao colo das grandes exibições de Rafa e Grimaldo, que colmataram os apagados André Almeida e Pizzi, os encarnados destruíram a organização defensiva montada por Nuno Manta Santos e fizeram o que quiseram das linhas intermédias do Feirense.

Aos 68 minutos, numa fase em que o Benfica já só controlava com bola e esperava pelo apito final de Rui Costa para suspirar de alívio e começar a enterrar a crise, Rafa iniciou uma jogada a partir de trás, a bola passou por quase todos os elementos encarnados, Pizzi descobriu Jonas encostado à linha final e o brasileiro cruzou atrasado para o coração da área de Caio. Quando a bola já chegou, redondinha e pronta a entrar na baliza do Feirense, chegou aquele que mais merecia: Rafa. O médio português só precisou de disparar para as redes desprovidas de guarda-redes para aumentar os números no placard. A dois minutos dos 90, já após as saídas de Gedson, Pizzi e Jonas (destaque ainda para a entrada de Krovinovic, que regressou aos jogos do campeonato após paragem prolongada), Seferovic ainda teve tempo para, à segunda, responder da melhor forma a um cruzamento rasteiro de Zivkovic.

O Benfica venceu e subiu à condição ao segundo lugar do campeonato; mas, muito mais importante do que isso, não sofreu golos pela primeira vez em dez jogos, permitiu golos aos dois principais avançados da equipa e assistiu a duas exibições catalisadoras de Rafa e Grimaldo, que são atualmente os dois jogadores em destaque nos encarnados. Ao final de uma semana horribilis, Rui Vitória carimbou o melhor resultado da temporada graças a uma segunda parte de bom nível do Benfica. Se foi ou não fruto das palmas que bateu aos jogadores no início do jogo, ninguém sabe; mas que o Benfica que este sábado jogou em Lisboa não foi o mesmo que na terça-feira esteve em Munique, disso não há dúvidas.

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