Rui Rio foi a Belém para uma audiência com o Presidente da República e, finda a reunião, recusou-se a falar de qualquer outro assunto que não tivesse sido abordado dentro de portas. Foi assim que não comentou o caso, noticiado pelo Observador, da deputada do PSD que votou o Orçamento no lugar do colega de bancada. Nem comentou qualquer questão relacionada com a transparência e a ética dos deputados: “Sobre esse assunto já falei várias vezes com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mas não hoje”, limitou-se a dizer.

Falando aos jornalistas no Palácio de Belém, o presidente do PSD preferiu antes destacar uma das questões que o preocupa, e da qual deu conta ao Presidente da República, que tem a ver com a instabilidade social que se vive no país, sublinhando que “as greves das últimas semanas foram tantas que quase já não cabem nos dedos das mãos”. “Isto significa que as coisas não estão assim tão bem como o Governo tem dito”, sublinhou, ressalvando que “não faz demagogia” e por isso não diz que com ele estaria “tudo bem” porque “nunca está tudo bem”, mas seguramente “as coisas estariam melhores”.

Outro tema abordado na reunião foi a questão do tempo de serviço dos professores, já que o Governo se prepara para enviar para Belém um decreto-lei que devolve aos professores apenas 2 anos do tempo de serviço (e não os 9 exigidos). Mas sobre isso, Rio disse que só decidiria o que fazer caso fosse pedida apreciação parlamentar do decreto (como o PCP já disse que faria) depois de o decreto ser de facto promulgado. Até lá, limita-se a dizer que o PSD mantém que o tempo de carreira deve ser contabilizado na íntegra, mas que essa devolução pode ser feita de forma faseada para acautelar o esforço orçamental.

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