Os trabalhos de remoção do elétrico que descarrilou na sexta-feira ao final da tarde em Lisboa, provocando 28 feridos ligeiros, terminaram já perto da meia-noite, disse à agência Lusa fonte oficial da Carris. Segundo a mesma fonte, os reboques acabaram de carregar o elétrico e respetivos destroços às 23h55 de sexta-feira. Minutos depois, a PSP “iniciou a reabertura do trânsito pedonal e rodoviário”, disse fonte do Comando Metropolitano de Lisboa.

O descarrilamento de um elétrico na zona da Lapa, em Lisboa, fez 28 feridos esta sexta-feira. Dois desses feridos são crianças, uma delas um bebé. Duas horas depois do acidente, o comantande dos bombeiros confirmava que todas as vítimas já foram desencarceradas e foram encaminhadas para o hospital, não havendo feridos graves. “Todos os ferimentos são ligeiros”, disse aos jornalistas. Entre os feridos, encontram-se cinco americanos, um chinês, um filipino e um guineense. O resto são portugueses, segundo fonte hospitalar.

Ao Observador, o Comissário da PSP de Lisboa, Carlos Correia, confirmou que o motorista do elétrico foi submetido a testes no local do acidente para despiste de álcool e estupefacientes no sangue, que deram negativos. O guarda-freio foi ainda encaminhado para o Hospital Francisco Xavier por ferimentos ligeiros.

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O elétrico 25E descarrilou no cruzamento da Rua São Domingos à Lapa com a Rua Garcia de Orta, em Lisboa. Seguiria a grande velocidade, quase cheio — levava dezenas de pessoas, entre portugueses e turistas — quando saiu dos carris, virou-se e embateu na esquina de um prédio ficando quase desfeito. Várias pessoas ficaram dentro do elétrico. Dois dos feridos foram assistidos no local e os restantes foram encaminhados para os hospitais de Santa Maria (9), São José (9) e São Francisco Xavier (8).

Entre as mais de duas dezenas de feridos, há uma mulher de 18 anos com um traumatismo no rosto, uma de 26 com um traumatismo ocular, uma outra de 29 com um traumatismo no tórax e uma de 53 anos com um trauma motor, segundo o chefe Madaíl da divisão de trânsito da PSP em informações à TVI 24. Pelas 21h15 já estava no local um reboque para retirar as peças soltas do elétrico que pesa cerca de 10 toneladas.

Sobre o procedimento de desencarceramento, o chefe Madaíl sublinhou que a complexidade era elevada. “É complexo e é uma manobra que requer bastante cuidado para não piorar a situação, ainda vai demorar algumas horas”, acrescentou. Sobre as possíveis causas do acidente, o comandante não quis adentar detalhes e disse que “a prioridade é socorrer as vítimas”.  A prioridade da PSP foi socorrer as vítimas, isolar a área e aconselhou os lisboetas a evitarem a zona entre a Lapa e São Domingos.

As primeiras fotos e vídeos do elétrico que descarrilou em Lisboa

O Presidente da República estava a sair de um evento na Sociedade de Geografia de Lisboa e, encontrando-se na 24 de julho quando soube da notícia, fez um desvio e foi ao local. Segundo apurou o Observador, Marcelo esteve apenas “cinco minutos” junto das operações porque não quis perturbar os trabalhos de salvamento. “Limitou-se a elogiar a prontidão dos meios de resposta e de socorro”, disse fonte da Presidência ao Observador. “Felizmente houve um capacidade resposta imediata e muito eficiente”, disse Marcelo em declarações à TVI24. “Vamos aguardar e o modo muito cuidadoso e a situação muito difícil. Que não tenha vítimas, apenas feridos”, acrescentou.

O alerta foi dado às 18h04 e no local estiveram 54 operacionais, apoiados por 19 viaturas dos bombeiros e INEM, segundo o site da Proteção Civil.

A Junta de Freguesia da Estrela, em Lisboa anunciou este sábado que ativou equipas de apoio psicossocial para ajudar os familiares das vítimas do acidente. O apoio, feito em conjunto com os serviços da Proteção Civil, foi dado a 10 familiares, de acordo com um comunicado da Junta, que acrescenta que, até agora, foram registados 28 feridos.

Carris vai abrir inquérito interno

A Carris vai entretanto abrir um inquérito interno para averiguar as causas do acidente, afirmou ao Observador a porta-voz da empresa, Inês Andrade. Segundo a responsável, a prioridade agora é ajudar as forças de segurança no resgate das pessoas, mas quando a operação estiver finalizada haverá inquérito. “Obviamente que o vamos fazer, como fazemos sempre, na Carris não há acidentes que passem sem investigação”, disse.

A empresa esteve no local, juntamente com a EPAL, devido ao rebentamento de uma conduta de água, na sequência do descarrilamento. A eletricidade em toda a linha do elétrico 25E foi cortada e há uma grua no local para ajudar a retirar o elétrico da via.

Relatos do local dizem que o elétrico ter-se-á virado de imediato ao descarrilar, deixando pessoas encarceradas. Uma testemunha, em declarações à SIC Notícias, referiu que o guarda-freio do elétrico “não conseguiu mais controlar” a viatura no momento do descarrilamento. A mesma testemunha chamou os serviços de socorro e referiu que “os feridos eram todos passageiros”.

Alguns moradores no local disseram ao Observador que o elétrico descarrilou quando estava a descer e que esse descarrilamento pode ser sido devido a pedras que estavam no carris.

(em atualização)