A ministra do Interior qualificou o ataque como “um horror inaceitável”. Diana Carolina Ramírez tinha 22 anos e estava grávida de quatro meses quando foi esfaqueada várias vezes por um antigo companheiro venezuelano, na praça principal da cidade de Ibarra, no Equador. A jovem ainda foi encaminhada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso está a chocar o país e a atuação da polícia no local está a ser alvo de várias críticas, incluindo  de dentro do Governo e do Presidente do país, tendo em conta que as autoridades, que estiveram presentes o tempo todo, apenas separaram o atacante da vítima depois de a mulher ser esfaqueada várias vezes.

Segundo os meios de comunicação venezuelanos, o autor do ataque foi identificado como Yordy Rafael L.G., que manteve um relacionamento com Diana, embora a jovem estivesse a tentar separar-se dele. Durante 90 minutos, o atacante esteve em público com a mulher agarrada pelo pescoço. Tudo terá começado com uma discussão na praça principal da cidade. “Quero que todos saiam, vou perder a paciência, estou a avisar”, disse o suspeito, de acordo com imagens que foram captadas  pelas pessoas que passavam na rua. A polícia, entretanto, chegou ao local, mas apenas decidiu avançar depois de a mulher ser esfaqueada.

Indignada com o sucedido, a ministra do Interior, María Paula Romo, disse que “a morte de Diana poderia ter sido evitada com o uso da força da Polícia Nacional”, acrescentou, citada pelo La Vanguardia. A opinião da governante é partilhada por várias pessoas que se manifestaram este domingo em Quito, capital do Equador, contra a falta de ação da polícia.

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Já o presidente do Equador, Lenín Moreno, assegurou que a lei será aplicada “a quem não fez nada” perante a situação, abordando também a situação da imigração no país. “O Equador é e será um país de paz. Não vou permitir que nenhum antisocial nos tire isso de nós”, escreveu numa publicação no Twitter, acrescentando que tomou medidas imediatas “para controlar a situação legal dos imigrantes venezuelanos nas ruas, nos locais de trabalho e na fronteira”. O líder do Equador disse ainda que o Governo está a analisar a criação de uma autorização especial para os imigrantes entrarem no país.

Abrimos as portas, mas não vamos sacrificar a segurança de ninguém. É o dever da polícia atuar duramente contra a delinquência e o crime, e têm o meu apoio [se o fizerem]. Aplicaremos todo o peso da lei a quem não fez nada perante a violência, a injustiça e o exercício criminal do poder”, disse o presidente do Equador.

Os pais da vítima têm-se recusado a falar sobre a morte da filha. No entanto, um tio de Diana, Maurício Castro, falou em nome dos pais e pediu para que a morte da sobrinha não se torne numa questão política.