O português sublinhou num comunicado a importância da inviolabilidade do solo diplomático e considerou que qualquer violação “comprometeria o prosseguimento de relações internacionais normais”.

De acordo com o porta-voz Stéphane Dujarric, o secretário-geral das Nações Unidas instou o Equador e o México a demonstrarem moderação e a “resolverem as suas diferenças por meios pacíficos”.

Um grupo de agentes da polícia do Equador invadiu na sexta-feira a embaixada mexicana em Quito, onde estava refugiado Jorge Glas, horas depois do México ter concedido asilo político ao ex vice-presidente equatoriano.

Pouco depois, o Governo do Equador confirmou a detenção de Glas, alvo de um mandado de prisão por desvio de fundos públicos, e que se refugiou na embaixada mexicana em 17 de dezembro, numa decisão que agravou ainda mais as tensões entre os dois governos.

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A ministra equatoriana dos Negócios Estrangeiros, Gabriela Sommerfeld, disse no sábado que o Equador tinha esgotado o diálogo com o executivo mexicano e que sabia do risco de fuga iminente de Glas.

Após a invasão da embaixada, o Presidente do México Andrés Manuel López Obrador ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador, uma medida seguida também pela Nicarágua.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano anunciou no sábado o encerramento da embaixada em Quito por tempo indeterminado, suspendendo os serviços consulares para mais de 1.600 mexicanos que vivem no Equador.

Num comunicado, a diplomacia disse que os mexicanos poderão receber assistência através da Internet ou em embaixadas de outras nações, como Chile, Colômbia e Peru.

O ministério acrescentou que um grupo de 18 pessoas, composto pelos diplomatas mexicanos e seus familiares, irá regressar este domingo do Equador.

Diversos líderes latino-americanos, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, além do Governo da Argentina, já condenaram a invasão.

No sábado, também o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA condenou a invasão e instou os dois aliados de Washington a “resolverem as suas diferenças de acordo com as normas internacionais”.

A Presidente da Honduras, Xiomara Castro, que atualmente preside à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, convocou no sábado uma reunião da ‘troika’ do organismo para discutir a invasão, a pedido da Colômbia.

Um grupo de manifestantes protestou no sábado em frente à Embaixada do Equador na Cidade do México, cercada por agentes das forças de segurança, que colocaram cercas metálicas em torno do edifício.