O motor de busca Bing, detido pela Microsoft, deixou esta quinta-feira de funcionar na China, facto que a gigante tecnológica norte-americana está a analisar, enquanto as autoridades chinesas não confirmaram tratar-se de um bloqueio intencional.

Uma tentativa de abrir o Bing, a partir de um servidor na China continental, dá como resultado “A ligação expirou”. Isto é o mesmo que acontece com outros portais bloqueados pelas autoridades chinesas, como o motor de busca da Google.

Nas redes sociais, o jornal oficial Global Times revelou que a empresa fundada por Bill Gates está a “procurar o motivo” para a súbita inacessibilidade. A China, o país com mais internautas no mundo (cerca de 700 milhões), é também um dos Estados que exercem maior controlo sobre o conteúdo ‘online’.

Facebook, Twitter ou WhatsApp estão bloqueados na China, mas o país tem as suas próprias redes sociais — o Wechat ou o Weibo —, que contam com centenas de milhões de utilizadores.

O Google e ferramentas relacionadas estão bloqueados desde 2010, depois de a empresa norte-americana e o governo chinês não conseguirem chegar a um acordo sobre como deveria operar o motor de busca no país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas segundo a imprensa norte-americana, o Google planeia relançar um motor de busca na China, com resultados censurados, para atender às exigências das autoridades.

A revelação levou o CEO da marca, Sundar Pichai, a testemunhar perante o Congresso dos EUA, onde negou que a gigante tecnológica tenha planos para operar na China, e afirmou que a empresa apoia a “liberdade de expressão e os direitos humanos”.

Pequim argumenta que a “criação de uma internet limpa e justa” e a noção de “soberania do ciberespaço” são essenciais para a estabilidade política e segurança nacional. Num discurso proferido em 2013, o presidente chinês, Xi Jinping, acusou “as forças ocidentais hostis à China” de usar a internet para atacar o país. “Ganhar a luta no campo de batalha da internet é crucial para a segurança da ideologia e do regime do nosso país”, disse.