A vida não corre bem à Honda. E são várias as dificuldades que tem pela frente. Por um lado, o Brexit no mercado europeu, que é cada vez mais marginal para o fabricante japonês, que se concentra sobretudo no Japão e nos EUA. Por outro, porque o tipo de veículos que fabrica depende excessivamente de berlinas, tipo de carroçaria a perder há muito interesse junto dos consumidores europeus e, mais recentemente, dos americanos.

De acordo com a Honda, os lucros caíram 40% no quarto trimestre do ano, mas os resultados baixaram 71%, revela a Automotive News. Explicações também há, e surgem do lado dos incentivos às vendas, para escoar os veículos, e também das garantias, estas para resolver as dificuldades relativas aos problemas verificados nos motores do CR-V. Paralelamente, os mercados americano e europeu consomem cada vez menos berlinas, pelos que os Civic e Accord têm crescentes dificuldades em colher a preferência dos clientes. A valorização do iene face ao dólar tão pouco ajudou.

Depois, à semelhança de todos os outros fabricantes que possuem instalações fabris no Reino Unido, a Honda está a braços com o Brexit. Não só as vendas em Inglaterra baixaram consideravelmente, devido às óbvias preocupações dos britânicos com o futuro pós União Europeia, como a ameaça de, a prazo, vir a sofrer com problemas com o fornecimento de peças para a sua fábrica em Swindon, no sul do Reino Unido, está já a obrigar a marca japonesa a desenvolver soluções para lidar com o problema que se aproxima a grande velocidade e cujos danos ninguém consegue prever.

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