O novo Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, realiza esta terça-feira uma visita de algumas horas à capital angolana, Luanda, a primeira viagem ao exterior do chefe de Estado congolês. O governo de Angola já realçou a importância da relação com a República Democrática do Congo, a propósito da visita oficial a Luanda de Félix Tshisekedi.

O ministro da Comunicação Social de Angola, João Melo, sublinhou na segunda-feira, na página pessoal na rede Twitter, que a primeira visita oficial de Tshisekedi depois de eleito “confirma a importância das relações entre Angola e a República Democrática do Congo”.

A visita de Félix Tshisekedi, que sucedeu no cargo a Joseph Kabila, após as eleições de 30 de dezembro do ano passado, que determinaram a alternância política, realiza-se a convite do Presidente angolano, João Lourenço.

A partir das 11h30 horas (10h30 em Lisboa), Félix Tshisekedi tem um encontro privado de trabalho com o chefe de Estado de Angola, no Palácio Presidencial, seguido de almoço oficial. Angola e República Democrática do Congo têm uma fronteira terrestre de mais de 2.500 quilómetros.

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No ano passado, as relações entre Angola e República Democrática do Congo conheceram momentos de alguma tensão com a “Operação Transparência”, de combate à imigração ilegal de cidadãos de vários países na prospeção de minérios, em sete províncias angolanas.

A operação foi desenvolvida nas províncias de Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Bié, Moxico, Uíge e Zaire, tendo a polícia angolana expulsado cerca de 400.000 cidadãos estrangeiros, sobretudo congoleses, em situação irregular no país.

A última visita oficial de um chefe de Estado e de Governo da República Democrática do Congo a Angola reporta-se ao início de agosto do ano passado, com Kabila a permanecer em Luanda durante dois dias. Esta deslocação oficial realizou-se poucos meses depois de João Lourenço, durante a visita de Estado do Presidente angolano à França e ao lado do Presidente francês, Emmanuel Macron, ter instado Kabila ao “respeito” pelo acordo com a oposição para não se recandidatar, tal como a Constituição determinava.

No passado, Angola foi aliado da República Democrática do Congo, com as forças armadas angolanas a apoiarem a chegada ao poder de Joseph Kabila, depois do assassinato do pai, Laurent-Désiré Kabila.