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A compensação que deu o desconto a quem jogou um futebol de poupanças (a crónica do Moreirense-FC Porto)

Este artigo tem mais de 5 anos

FC Porto controlou na primeira parte, foi dominado pelo Moreirense no início da segunda, piorou quando foi mais ofensivo e viu Jhonathan evitar um golpe de teatro nos descontos dos descontos (1-1).

Fernando Andrade teve nos pés o golo da reviravolta no último lance do jogo mas Jhonathan segurou assim o empate
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Fernando Andrade teve nos pés o golo da reviravolta no último lance do jogo mas Jhonathan segurou assim o empate

AFP/Getty Images

Fernando Andrade teve nos pés o golo da reviravolta no último lance do jogo mas Jhonathan segurou assim o empate

AFP/Getty Images

Com a mesma pressão mas um pouco mais de azia – palavras do próprio –, Sérgio Conceição tinha como grande desafio para um terreno tradicionalmente complicado (às vezes os números também servem para perceber que, contas feitas, os dragões só tinham ganho uma vez nos últimos cinco encontros feitos em Moreira de Cónegos) encontrar a melhor solução para colmatar a ausência por lesão de Marega. Uma ausência assumida como nunca pelo técnico, a quem é raro deixar elogios como os que fez ao maliano: “Foi talvez o jogador mais forte que alguma vez treinei a nível de transições, quer ofensivas, quer defensivas”.

FC Porto empata com Moreirense nos descontos com golo de Herrera

Esta temporada, ao contrário do que aconteceu na anterior em que ganhou apenas seis vezes em 11 encontros, os azuis e brancos tinham dado boas respostas sem o avançado em campo. Aliás, melhor era impossível: cinco jogos entre Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça, cinco vitórias. No entanto, sem Aboubakar e com André Pereira apagado nas últimas partidas que teve como titular, a opção de Sérgio Conceição teria de entroncar na estratégia inicial pensada para o jogo dentro de um sistema que podia ou não ser diferente do habitual mas com uma identidade que nunca muda. Havia Danilo Pereira, havia Otávio, havia Fernando Andrade. Ganhou o primeiro, num regresso à “fórmula Champions”, com tudo o que isso acarreta.

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No entanto, o FC Porto não foi FC Porto. Aliás, as melhores oportunidades não concretizadas olhando para a contabilidade de todo o encontro até foram do Moreirense. A dinâmica coletiva pensada para colmatar a ausência do maliano teve demasiados grãos de areia na engrenagem, sendo que em alguns momentos, perante a facilidade com que os cónegos conseguiam sair em transições rápidas sem oposição, Marega foi o menor dos problemas. Com isso, os dragões perderam seis pontos nos últimos quatro encontros realizados fora de portas. Herrera evitou males maiores no segundo minuto de descontos, Fernando Andrade podia ter conseguido a reviravolta no derradeiro lance da partida, mas existiu antes todo um jogo com mais notas negativas do que positivas. Jhonathan, que na época passada sofreu um episódio de amnésia pós-traumática nos descontos e não se apercebeu que o golo de Waris não tinha contado, voltou a ser a figura por melhores motivos.

É certo que o FC Porto podia ter ganho no final. Também é certo que correu o sério risco de perder. Entre os dois extremos, houve uma exibição marcada por poupanças. Não as poupanças físicas para o encontro da próxima terça-feira em Roma para a Liga dos Campeões, mas poupanças qualitativas, que tornaram muitas vezes o jogo demasiado previsível para Halliche, um esteio na defesa, e Fábio Pacheco, o pêndulo que ganhou o estatuto de melhor em campo, e poupanças de inspiração, sendo Óliver e Brahimi os dois exemplos paradigmáticos de como há noites em que se pode tentar muito e conseguir pouco mais de nada.

Ficha de jogo

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Moreirense-FC Porto, 1-1

21.ª jornada da Primeira Liga

Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

Moreirense: Jhonathan; João Aurélio, Iago dos Santos, Halliche (Ivanildo Fernandes, 90+8′), Rúben Lima; Neto, Fábio Pacheco; Arsénio (Bruno Silva, 89′), Chiquinho, Heriberto (Patito Rodríguez, 71′) e Texeira

Suplentes não utilizados: Trigueira, D’Alberto, Alan Schons e Pedro Nuno

Treinador: Ivo Vieira

FC Porto: Casillas; Éder Militão, Felipe, Pepe (Otávio, 59′), Alex Telles; Danilo, Óliver Torres (Fernando Andrade, 59′), Herrera; Corona, Brahimi (André Pereira, 75′) e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná, Wilson Manafá, Loum e Hernâni

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Texeira (79′) e Herrera (90+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fábio Pacheco (74′), Heriberto (80′), Rúben Lima (90+3′) e Patito Rodríguez (90+8′)

O FC Porto entrou com a corda toda, tentando dar largura ao seu jogo e com zonas de pressão mais altas para tentar acampar no meio-campo contrário. Herrera, com dois minutos apenas, teve a primeira tentativa desenquadrada com a baliza, Soares fez dois remates na área sendo que um foi para a bancada e outro teve um pontapé mais na relva do que na bola. “Vamos Tiquinho, vamos lá”, dizia Sérgio Conceição no limite da zona técnica, tentando passar a mensagem a Soares de que a ideia estava certa apesar da sua má concretização. Todavia, e apesar dessa tendência, o Moreirense nunca perdia o foco na baliza de Casillas e, na sequência de um lance que começou num roubo de bola de Fábio Pacheco a Éder Militão, Heriberto lançou para Chiquinho na esquerda que fletiu para dentro e atirou em arco muito perto do poste dos azuis e brancos (6′).

Foi um “abanão” nos dragões. Uma espécie daqueles olhares que dizem mais do que mil palavras. Se atentarmos nas revelações em cada um dos últimos Campeonatos, existem algumas nuances como um goleador mais em alta ou uma defesa de betão, mas todas têm um princípio de que não prescindem: serem fiéis ao que trabalham e projetam para toda a temporada. Se o Moreirense consegue diferenciar-se das outras equipas, essa é a justificação – a jogar contra o primeiro ou contra o último, não abdica de sair apoiado quando pode, de pressionar alto quando consegue, de explorar a profundidade quando quer. O FC Porto soube interpretar o aviso, tentou ser mais seguro nas transições e voltou a ter um ligeiro ascendente, com remates ao lado de Éder Militão (12′) e Brahimi (18′) quando podiam fazer bem melhor, sobretudo no caso do ala argelino.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Moreirense-FC Porto em vídeo]

O encontro entrou depois numa fase boa para Fábio Pacheco brilhar. Que é como quem diz, com mais bola a meio-campo e com mais oportunidades para o jogador que tem uma importância decisiva nos cónegos para equilibrar uma defesa organizada e um ataque sempre à procura de ligar a ficha poder fazer a diferença com várias ações defensivas. E foi preciso esperar até aos último dez minutos antes do intervalo para haver oportunidades, remates enquadrados e uma chance flagrante falhada: Heriberto, lançado no espaço nas costas de Éder Militão, obrigou Casillas a uma saída rápida (36′); Soares, numa versão pivô de futsal, tentou de calcanhar de costas para a baliza mas à figura de Jhonathan (37′); e Óliver Torres, já nos descontos, recebeu ao segundo poste uma bola desviada pelo guarda-redes dos visitados mas pegou mal na bola e acertou nas malhas laterais (45+1′).

Olhando apenas para as movimentações, foi possível perceber no arranque do segundo tempo aquilo que Sérgio Conceição tinha pedido à equipa. Porque Herrera passou a criar mais linhas de passe e a ter outros posicionamentos na zona atrás de Soares, porque Brahimi foi procurando mais vezes a bola por dentro, porque Éder Militão insistiu nas subidas pelo flanco. Pouco ou nada resultou. E foi o Moreirense que aproveitou a sucessão de erros dos azuis e brancos na tentativa de recuperação de bola e nas transições para ter as duas primeiras oportunidades após o intervalo, com Chiquinho a ser sempre o elo comum entre jogadas que terminaram com remates de Heriberto (50′) e Arsénio ( 56′) a passarem muito perto do poste da baliza de Casillas.

A meia hora do fim, os dragões arriscaram tudo: Corona desceu para lateral, Éder Militão juntou-se a Felipe no eixo recuado, Fernando Andrade fez companhia a Soares na frente e Otávio abriu na direita para um 4x4x2 mais puro. No entanto, quanto mais o FC Porto colocava unidades na frente, menos esclarecimento tinha no seu jogo ofensivo. André Pereira, que entretanto entrou também para o lugar do aniversariante Brahimi, ainda marcou na sequência de um livre lateral batido por Alex Telles mas o lance foi invalidado por estar adiantado (77′). E seria mesmo o Moreirense a inaugurar o marcador também de bola parada, com Halliche a desviar para a trave um canto da direita e Texeira a não perdoar na recarga no coração da área (79′).

As caras dos elementos azuis e brancos, das quatro linhas ao banco, diziam tudo. Fosse por falta de atitude, de inspiração ou uma dose q.b. de ambas, a exibição da equipa era uma sombra daquilo que a equipa já produzira há não muito tempo. Mas o empate que segurou uma série que vai agora em 26 jogos consecutivos acabou por surgir nos descontos, com Otávio a aproveitar uma segunda bola para colocar nas costas da defesa do Moreirense onde Herrera, que estava a ter uma exibição com muito pouco para recordar, encostou de primeira para o 1-1 (90+2′). E só não houve um verdadeiro golpe de teatro no derradeiro lance da partida porque Jhonathan conseguiu uma fantástica defesa num remate à queima-roupa de Fernando Andrade.

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