O balanço de mortos nas inundações que ocorrem desde sábado na província de Papua, no leste da Indonésia, subiu para 79 e ainda há 43 pessoas desaparecidas, anunciaram esta segunda-feira as autoridades indonésias.

O secretário de Agência de Gestão de Desastres em Papua, Aditya Wisnu, disse que entre os 79 feridos há 38 em estado grave e 41 feridos leves.

Wisnu declarou ainda que há mais de 4.700 pessoas deslocadas no distrito de Sentani, onde fortes chuvas que duraram sete horas causaram enchentes.

tingiram edifícios e outras estruturas.

“Não conseguimos chegar a algumas áreas afetadas porque as estradas principais estão bloqueadas por árvores e lama”, disse Wisnu à agência de notícias espanhola EFE durante uma conversa por telefone.

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Wisnu acrescentou que os esforços de busca e salvamento continuarão pelo menos até 30 de março e que o número de mortes deverá continuar a subir.

Pelo menos 11.725 famílias foram afetadas e a maioria dos deslocados estão em vários abrigos na cidade de Sentani, segundo o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, num comunicado.

O autarca do município de Jayapura, cuja capital é Sentani, estabeleceu serviços médicos complementares e cozinhas públicas para atender a emergência humanitária após o desastre.

O anterior balanço apontava para 58 mortos e 74 feridos.

O porta-voz militar da Papua, o coronel Muhammad Aidi, informou que as equipas de resgate salvaram dois bebés feridos que ficaram presos por mais de seis horas. Os pais de um dos bebés morreram.

O pior caso aconteceu no subdistrito Sentani, onde após o deslizamento de terra um rio transbordou, atingindo os moradores num dilúvio de água, troncos e detritos pesados, disse o chefe da agência local de gestão de desastres.

Martono, que tem apenas um nome, disse que equipas de resgate retiraram mais de quatro mil pessoas em abrigos temporários, já que mais de 300 casas foram danificadas.

As chuvas sazonais provocam frequentes deslizamentos e inundações todos os anos na Indonésia, uma cadeia de 17 mil ilhas e ilhéus onde milhões de pessoas vivem em áreas montanhosas ou perto de planícies.

Também no domingo, foi registado um terramoto na ilha de Lombok que provocou um deslizamento de terra. O Serviço Geológico dos EUA disse que o sismo teve uma magnitude de 5,5 e atingiu uma profundidade de 23 quilómetros.

O abalo foi sentido em toda a ilha, localizada perto de Bali, deixando em pânico os moradores que ainda estão a recuperar de um grande terramoto registado em agosto de 2018, que matou mais de 300 pessoas.

O terramoto de domingo provocou um deslizamento de terra no Monte Rinjani e atingiu dezenas de turistas na cascata de Tiu Kelep, localizada no sopé do vulcão ativo, disse Sutopo Purwo Nugroho, o porta-voz da agência de desastres.

Dois malaios, incluindo uma criança de 14 anos, morreram em resultado do deslizamento de terra.  Nugroho adiantou que as equipas de resgate conseguiram retirar 22 malaios e 14 indonésios do local da cascata, e outros 50 da área montanhosa.

Quarenta e quatro pessoas ficaram feridas no terramoto, incluindo oito malaios, disse Nugroho. Cerca de 500 casas foram danificadas.

A Indonésia fica no “Anel de Fogo do Pacífico” e regista frequentes terramotos e erupções vulcânicas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que as Nações Unidas estão disponíveis para ajudar a Indonésia a lidar com estes desastres.

“As Nações Unidas expressaram a sua solidariedade com as autoridades indonésias e estão prontas para trabalhar com elas à medida que respondem às necessidades humanitárias resultantes dos desastres naturais”, afirmou o porta-voz do secretário-geral em comunicado.

(Artigo atualizado às 11h26)