A Transtejo tem três barcos em manutenção profunda enquanto aguarda pela chegada dos novos prevista para 2021. Sindicato diz que a intervenção deveria ser feita em 10 navios e que Orçamento de Estado (OE) destinada à manutenção dos navios é insuficiente.

“Estão em reparação profunda três barcos, entre intervenções nos cascos e máquinas novas, mas esta intervenção devia abranger um total de dez navios, seis da classe Algés e quatro da classe São Julião”, diz, citado pelo Público, Frederico Pereira, da Federação dos Sindicatos Transportes e Comunicações (FECTRANS) e do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMANEVIP). Para o responsável sindical, os cerca de 1,2 milhões de euros previstos no OE para manutenção são insuficientes e estima que fosse necessário o triplo da verba.

Enquanto aguarda pela chegada das novas embarcações, a partir de 2021, a Transtejo pretendia alugar barcos para fazer as viagens, mas não encontrou embarcações disponíveis. A solução foi fazer reparações profundas nos barcos usados pela empresa.

Aprovado plano de renovação da frota da Transtejo com dez novos barcos

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A frota utilizada pela empresa que faz a travessia do rio Tejo tem entre os 25 e os 40 anos e, acusam sindicatos e utentes, a falta de manutenção é notória. A supressão de carreiras por motivo de avaria são frequentes. Esta situação é agravada por não existirem barcos suficientes em condições para fazer as viagens.

Segundo os dados da Transtejo e Soflusa, de novembro de 2018, recolhidos pelo Público, a frota da Transtejo é de 15 navios (sete catamarãs, dois ferrys, cinco cacilheiros e o navio São Jorge) estando apenas oito operacionais, e a frota da Soflusa é de 11 barcos, sete dos quais operacionais. Isto faz com que, caso haja uma avaria numa embarcação, possa não existir outra disponível para a substituir.

Sindicatos e utentes estão preocupados que os problemas se agravem a partir de 1 de abril, com a entrada em vigor dos novos passes sociais e o aumento da procura. João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, não está preocupado com o aumento da procura e garante que os utentes vão ter transportes públicos em número suficiente.