O antigo ativista italiano de extrema-esquerda Cesare Battisti reconheceu a responsabilidade pelos quatro homicídios, pelos quais foi condenado, mas que nunca assumiu, revelam esta segunda-feira media italianos, citando fontes judiciais.

Cesare Battisti, condenado pela justiça italiana a prisão perpétua por ter assassinado quatro pessoas, crimes que o ativista nunca tinha reconhecido, assumiu a sua responsabilidade por aqueles casos. Com 64 anos, Battisti reconheceu todas as acusações contra ele e as suas responsabilidades “pelas quatro mortes” de que era acusado, disse o procurador de Milan, Alberto Nobili, citado por meios de comunicação italianos.

Cesare Battisti, um ex-ativista da extrema-esquerda italiana, foi capturado na Bolívia em janeiro e foi extraditado para Itália. “Cesare Battisti regressa a Itália nas próximas horas, num voo de Santa Cruz para Roma”, escreveu na altura, na sua conta no Facebook o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, depois de ter conversado ao telefone com o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a quem agradeceu os esforços para a detenção do ex-ativista da extrema esquerda, uma operação coordenada com as autoridades da Bolívia.

Conte alargou o agradecimento às autoridades bolivianas, acrescentando na mensagem que sentia interpretar “o sentimento das famílias das vítimas e de todos os que pediam que se fizesse justiça”.

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Battisti foi capturado em janeiro deste ano na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra. Foi membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, uma ramificação das Brigadas Vermelhas e foi condenado a prisão perpétua por quatro homicídios entre 1977 e 1979, que nega ter cometido, mas permaneceu em fuga durante perto de 40 anos.

Depois de se ter refugiado em França e no México, instalou-se em 2004 no Brasil, onde viveu até à detenção, em março de 2007. O Supremo Tribunal do Brasil aceitou a sua extradição em 2009 numa sentença não vinculativa que deixou a decisão nas mãos do então chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, que a rejeitou a 31 de dezembro de 2010, no último dia do seu mandato.

Desde então Battisti viveu em liberdade no Brasil, mas em dezembro do ano passado foi de novo ordenada a sua detenção “para fins de extradição”, tendo o então Presidente Michel Temer assinado o decreto de extradição a 14 de dezembro de 2018, data a partir da qual o ex-ativista permanecia em fuga.