O CDS quer mudar a forma como os táxis operam no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Para isso, apresentou uma proposta, que vai ser discutida em reunião de câmara na quarta-feira, que pretende estabelecer preços fixos para as viagens de e para o aeroporto. “A ideia é criar duas coroas na cidade. A cada uma estará associado um preço, invariável, fixo. Assim, um passageiro que saia do aeroporto já sabe à partida quanto vai pagar, consoante se destine à coroa 1 ou à coroa 2″, explica o vereador centrista João Gonçalves Pereira.

No projeto, a que o Observador teve acesso, o partido não estabelece nenhum preço. “A proposta tem de ser aprovada primeiro. Os preços são discutidos depois com os profissionais do setor”, explica o também deputado centrista. Assegura que a proposta não pretende cavalgar a onda gerada pelo anúncio dos novos passes sociais. “Não tem nada a ver com isso. A proposta está a ser trabalhada há cerca de três meses e foi preparada depois da auscultação da Federação Portuguesa do Táxi e da ANTRAL, que deram os seus contributos”.

Além de alterar os preços praticados pelos taxistas que transportam passageiros de e para o aeroporto, o projeto do CDS prevê que esta alteração abranja também os Terminais de Cruzeiros do Porto de Lisboa. ” Os motoristas, muitas vezes, dão voltas a toda a cidade ou solicitam preços absurdos aos clientes que não estão familiarizados com o sistema. São uma minoria, é facto. Mas todos nós já ouvimos histórias. Isto acontece e põe em causa a imagem dos taxistas, da cidade e, no fundo, do país”, entende João Gonçalves Pereira.

É precisamente para tornar “o sistema mais simples, mais transparente e de fácil perceção” que os centristas avançaram com esta proposta. Trata-se de uma mudança de fundo na forma como os táxis operam quando o destino ou a origem da viagem é o aeroporto ou o terminal de cruzeiros da capital. O preço deixa de ser variável e passa a ser fixo.

Por beneficiar de uma tabela de preços fixa, o sistema vai poder aceitar diferentes formas de pagamento. Também aqui, o CDS pretende impulsionar a utilização de um método de pagamento que já existe, mas cuja utilização pode beneficiar do novo sistema: o Táxi Voucher. O nome é auto-explicativo. Ou seja, o cliente pode comprar um voucher antes de entrar no táxi e utilizá-lo para pagar a sua viagem. Sendo o preço atualmente variável, esta opção muitas vezes peca por dificilmente corresponder ao preço exato da viagem. Ora tornando os preços fixos, estes vouchers vão poder funcionar com mais eficácia, correspondendo ao preço relativo à coroa um ou à coroa dois.

A proposta conta com contributos tanto da Federação Portuguesa do Táxi como da ANTRAL. “Não se pode dizer que apadrinham a medida, mas os seus contributos foram tidos em conta”, resume o vereador lisboeta. Assim, acredita tratar-se de uma proposta equilibrada e que pode recolher o apoio e a concordância dos diferentes partidos representados na CML, onde o CDS é o segundo maior partido e, por inerência, o líder da oposição.

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