A Turquia condenou este domingo as “declarações irresponsáveis” do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que prometeu anexar partes da Cisjordânia se for reeleito nas legislativas de terça-feira.

“A Cisjordânia é um território palestiniano ocupado por Israel em violação do Direito internacional. As declarações irresponsáveis do primeiro-ministro Netanyahu para conseguir alguns votos mesmo antes das eleições legislativas não podem e não vão mudar este facto”, escreveu o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, no Twitter.

As democracias ocidentais vão reagir ou vão continuar a apaziguar? Tenham vergonha!”, reagiu por seu lado Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também naquela rede social.

Primeiro-ministro israelita promete anexar partes da Cisjordânia se for reeleito

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As duas reações juntam-se à do porta-voz do partido de Erdogan (AKP), Omer Celik, que no sábado escreveu no Twitter: “É hora de a comunidade internacional parar a loucura de Netanyahu”.

O primeiro-ministro israelita prometeu no sábado anexar partes da Cisjordânia ocupada se for reeleito, uma dramática mudança de política, aparentemente visando unir sua base nacionalista na reta final das eleições legislativas marcadas para terça-feira. Netanyahu deu uma entrevista para a TV Channel 12 de Israel durante o horário nobre, onde fez os retrato das mudanças nas políticas dos EUA em Jerusalém e sobre os Montes Golã como suas conquistas, dizendo que conseguiu persuadir Donald Trump a tomar essas medidas.

O primeiro-ministro prometeu não desmantelar uma única colónia judaica e disse que Israel manteria o controlo do território a oeste do rio Jordão — a Cisjordânia. Mais de 600.000 israelitas vivem agora em terras conquistadas pela guerra, dois terços na Cisjordânia. O entrevistador perguntou por que razão ainda não havia anexado algumas das maiores colónias durante seu mandato atual.

“A pergunta que você está a fazer é uma questão interessante, se vamos passar para o próximo estágio: e a resposta é sim”, afirmou, acrescentando que o próximo mandato seria decisivo. “Vamos passar para o próximo estágio, a imposição da soberania israelita”, sublinhou. “Vou impor a soberania, mas não vou distinguir entre blocos de colónias e colónias isoladas”, explicou, acrescentando que não iria “transferir a soberania para os palestinianos”.

Os colonatos instalados em territórios palestinianos ocupados por Israel desde 1967 são ilegais à luz do Direito Internacional e grande parte da comunidade internacional considera-os um importante obstáculo à paz no Médio Oriente.

Cerca de 400 mil colonos israelitas vivem na Cisjordânia.