Um passeio de mota pelas ruas de Guarujá nas férias da Páscoa pode ter sido cenário de várias infrações do código da estrada por parte de Jair Bolsonaro. Num vídeo publicado na página oficial do Twitter do presidente brasileiro, Bolsonaro aparece com o capacete mal colocado e apoiado na testa.

“É uma infração gravíssima. A punição mínima é multa, perda de sete pontos na carta de condução e um processo de suspensão da carta”, refere o advogado especialista em trânsito Maurício Januzzi. “Como líder da nação, ele (Bolsonaro) deu um péssimo exemplo de como conduzir uma mota”, acrescentou em declarações ao jornal Folha de São Paulo.

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O engenheiro Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, destaca que a errada colocação do capacete é o mesmo que não dispor de equipamento de segurança e que pode mesmo agravar um acidente. “É uma infração. O capacete precisa de estar fixo, caso contrário não protege e pode piorar ferimentos”, refere.

Para além da infração de segurança por uso indevido do capacete, o presidente brasileiro está ainda a ser acusado de fazer barulho excessivo com o motor da mota. “Bolsonaro faz barulho desnecessário (quando acelera) e depois levanta o capacete, num veículo de alto risco”, diz Horácio Augusto Figueira, consultor em segurança rodoviária. “Se na área militar é preciso seguir todas as regras, porque haveria de ser diferente na condução?”, pergunta.

O Folha de São Paulo refere que questionou a presidência brasileira para confirmar se Bolsonaro tem habilitação para conduzir motas, sem obter qualquer resposta.

O passeio no veículo ocorreu sábado, pelas 18h15, quando o presidente deixou o hotel militar onde estava hospedado para conduzir nas ruas da cidade do litoral brasileiro. O vídeo já teve mais de 1,3 milhões de visualizações e 12 mil partilhas.

O presidente, eleito em outubro, tem procurado apresentar-se perante a nação como um homem  comum e próximo da população. O passeio de mota não é caso único: em fevereiro, Bolsonaro tirou uma fotografia onde surgiu de chinelos e t-shirt depois de discutir a reforma da Previdência, no Palácio Presidencial.

As redes sociais têm sido fundamentais para a campanha populista de Jair Bolsonaro, contando no Twitter com mais de quatro milhões de seguidores.