No verão de 2018, quando Sousa Cintra ainda controlava os destinos do Sporting, os leões estiveram interessados em Raúl de Tomás, o avançado espanhol que vai agora custar 20 milhões de euros aos cofres do Benfica. O valor avultado da transferência, numa altura em que o clube de Alvalade se via a braços com dificuldades financeiras, conflitos internos e rescisões unilaterais de titulares indiscutíveis, motivou a queda do negócio. Como alternativa, o Sporting virou-se para Abdoulay Diaby, avançado que atuava no Club Brugge da Bélgica.

Diaby viajou para Portugal, nunca foi opção intocável mas realizou uma temporada dentro do consistente, com sete golos ao longo de 44 jogos para todas as competições. Quando chegou e foi apresentando enquanto jovem de 27 anos nascido em França mas com nacionalidade maliana, as comparações possíveis foram feitas com o único maliano que se destacava no futebol português: Moussa Marega, avançado do FC Porto. “É mais novo e mais rápido do que Marega”, dizia Sousa Cintra, a quem escapou algum pormenor porque, na verdade, Marega e Diaby nasceram ambos em 1991 e têm apenas um mês de diferença.

Os jogadores malianos comemoraram um dos golos com uma coreografia bem ensaiada

Contas à parte, Diaby e Marega foram ambos convocados para a CAN pela seleção do Mali e foram titulares no jogo de estreia, esta segunda-feira com a Mauritânia. O avançado do Sporting inaugurou o marcador aos 37 minutos, com um grande golo, e Marega avolumou a vantagem mesmo em cima do intervalo e de grande penalidade. Na segunda parte, chegou a vez de um outro atacante maliano recordar Portugal que Diaby e Marega não são os únicos representantes do país africano que passaram pela Primeira Liga. Adama Traoré, que atualmente está emprestado pelo Mónaco ao Cercle Brugge mas que esteve cedido ao Rio Ave durante duas temporadas, também marcou no segundo tempo e engordou a goleada do Mali (que ainda apontou o quarto e sofreu o golo de honra da Mauritânia, por intermédio de Hacen).

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O Mali entrou com o pé direito na CAN e adiantou-se nas contas do grupo E, onde também está a muito “portuguesa” seleção angolana, que esta segunda-feira empatou com mérito com a Tunísia graças a um golo de Djalma Campos, antigo jogador do FC Porto.

Djalma Campos, o filho de Abel Campos que jogou no FC Porto e evitou a derrota de Angola na estreia na CAN