Depois de uma fase de grupos praticamente perfeita, em que registou três vitórias em três jogos e não sofreu qualquer golo, a Colômbia chegava aos quartos de final da Copa América enquanto uma das principais candidatas à vitória final no torneio sul-americano. O Chile, que até perdeu o último jogo do grupo com o Uruguai, era o adversário da seleção orientada por Carlos Queiroz — o Chile bicampeão sul-americano, o Chile que tem muita vontade de chegar a um histórico tri e o Chile que já mostrou, nas duas últimas edições da competição, que é praticamente letal nas grandes decisões.
Colômbia e Chile cruzaram-se já depois de Brasil e Argentina ultrapassarem os respetivos adversários dos quartos de final e marcarem encontro nas meias-finais e sabiam que o vencedor do jogo desta sexta-feira iria jogar com Peru ou Uruguai (que só decidem quem passa à fase seguinte na noite deste sábado). Depois de fazer muitas poupanças no último jogo da fase de grupos, com o Paraguai — do encontro com o Qatar para o embate com os paraguaios, só sobrou Cuadrado –, Carlos Queiroz voltava a dar a titularidade a James Rodríguez e Roger Martínez e deixava Borja, lateral do Sporting, no banco.
TERMINÓ EL PARTIDO. CLASIFICÓ CHILE
COL: ✔✔✔✔❌
CHI: ✔✔ ✔ ✔✔#COLCHI #VamosColombia #ElEquipoDeLaGente— Selección Colombia (@FCFSeleccionCol) June 29, 2019
No final do tempo regulamentar, as duas seleções não foram além do nulo — que se manteve ao longo da meia-hora de prolongamento. Na decisão por grandes penalidades, William Tesillo falhou o quinto penálti da Colômbia e Alexis Sánchez não vacilou no remate decisivo, garantindo a passagem do Chile às meias-finais da Copa América. A seleção colombiana, que deixou todo o tipo de promessas ao longo da fase de grupos e permitiu a Carlos Queiroz sonhar com (mais) uma conquista noutro continente, foi eliminada de forma dura e crua: e o treinador português reconheceu a responsabilidade mas dividiu-a com uma entidade superior.
“A única pessoa responsável por esta eliminação sou eu. Mas os penáltis estão mais na mão de Deus do que na dos jogadores. Sempre foi assim e sempre será”, disse Queiroz. Num continente onde a expressão “mão de Deus” costuma ser sinónimo de vitória, o treinador português acaba por deixar o Brasil e a Copa América de mãos a abanar, sem final e sem título — mas sem sofrer qualquer golo em jogo jogado, com indicações positivas e a mais do que provável garantia de que será aposta da seleção colombiana para os próximos anos.