Depois de uma fase de grupos praticamente perfeita, em que registou três vitórias em três jogos e não sofreu qualquer golo, a Colômbia chegava aos quartos de final da Copa América enquanto uma das principais candidatas à vitória final no torneio sul-americano. O Chile, que até perdeu o último jogo do grupo com o Uruguai, era o adversário da seleção orientada por Carlos Queiroz — o Chile bicampeão sul-americano, o Chile que tem muita vontade de chegar a um histórico tri e o Chile que já mostrou, nas duas últimas edições da competição, que é praticamente letal nas grandes decisões.

Colômbia e Chile cruzaram-se já depois de Brasil e Argentina ultrapassarem os respetivos adversários dos quartos de final e marcarem encontro nas meias-finais e sabiam que o vencedor do jogo desta sexta-feira iria jogar com Peru ou Uruguai (que só decidem quem passa à fase seguinte na noite deste sábado). Depois de fazer muitas poupanças no último jogo da fase de grupos, com o Paraguai — do encontro com o Qatar para o embate com os paraguaios, só sobrou Cuadrado –, Carlos Queiroz voltava a dar a titularidade a James Rodríguez e Roger Martínez e deixava Borja, lateral do Sporting, no banco.

No final do tempo regulamentar, as duas seleções não foram além do nulo — que se manteve ao longo da meia-hora de prolongamento. Na decisão por grandes penalidades, William Tesillo falhou o quinto penálti da Colômbia e Alexis Sánchez não vacilou no remate decisivo, garantindo a passagem do Chile às meias-finais da Copa América. A seleção colombiana, que deixou todo o tipo de promessas ao longo da fase de grupos e permitiu a Carlos Queiroz sonhar com (mais) uma conquista noutro continente, foi eliminada de forma dura e crua: e o treinador português reconheceu a responsabilidade mas dividiu-a com uma entidade superior.

O treinador português voltou a colocar James no onze inicial depois de ter poupado o jogador no último encontro da fase de grupos

“A única pessoa responsável por esta eliminação sou eu. Mas os penáltis estão mais na mão de Deus do que na dos jogadores. Sempre foi assim e sempre será”, disse Queiroz. Num continente onde a expressão “mão de Deus” costuma ser sinónimo de vitória, o treinador português acaba por deixar o Brasil e a Copa América de mãos a abanar, sem final e sem título — mas sem sofrer qualquer golo em jogo jogado, com indicações positivas e a mais do que provável garantia de que será aposta da seleção colombiana para os próximos anos.

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