A maioria das pessoas que usam redes sociais como o Facebook devia “encontrar uma forma de sair”, de forma definitiva, para proteger a sua privacidade. Em declarações feitas de mochila às costas, no aeroporto, o fundador da Apple (que já não está na empresa mas continua ligado ao setor tecnológico) diz que a maioria das pessoas — com exceção para aquelas cujo benefício de estar no Facebook supera os riscos — devia fazer como fez Wozniak há cerca de um ano, isto é, sair da rede social.

“Tudo sobre aquilo que você é… Quero dizer, é possível medir o batimento cardíaco de alguém por meio de lasers, eles conseguem ouvi-lo usando vários dispositivos. Quem sabe se o meu telemóvel está a ouvir o que eu digo, neste momento? A Alexa [da Amazon] tem estado nas notícias frequentemente”, refere Wozniak, ouvido pela TMZ, em alusão às notícias sobre a forma como os novos dispositivos de assistentes pessoais gerem a informação que recolhem.

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O investidor conhecido como “Woz” diz que “existem muitos tipos de pessoas, e para algumas os benefícios do Facebook valem a pena quando comparados com a perda de privacidade”. Mas todas as outras devem estar conscientes da forma como as empresas de redes sociais vendem os dados das pessoas a anunciantes, incluindo, potencialmente, o conteúdo de conversas privadas.

Já em novembro, Steve Wozniak tinha recomendado a Mark Zuckerberg, o fundador e presidente do Facebook, que deixasse de “colocar o dinheiro à frente dos valores morais”. Isso passava, concretamente, por tornar o Facebook (e as outras redes sociais afiliadas, como o Instagram) mais transparente a respeito das práticas publicitárias da empresa — desde logo informar as pessoas, com clareza, sobre a quais empresas é que os dados foram vendidos (e que dados).

Uma proposta ainda mais ambiciosa seria que Mark Zuckerberg aceitasse que as pessoas fossem “donas” dos seus dados, ou seja, permitir que cada um pudesse, facilmente, “exportar” toda a informação que o Facebook tem sobre si, para que se pudesse carregar essa informação para outras empresas de redes sociais. Mas esse é um passo, em prol da concorrência, que Wozniak duvida que Mark Zuckerberg admita dar.