A Bugatti encontrou uma forma extremamente “acelerada” de prestar homenagem a Ferdinand Piëch, o ex-presidente da Volkswagen que faleceu a semana passada, aos 82 anos de idade. Foi a ele que se deveu a decisão do conglomerado germânico adquirir a marca francesa com histórico em alcançar recordes de velocidade e foi precisamente assim, fixando um novo máximo mundial, que a Bugatti homenageou Piëch.

O fabricante de Molsheim levou o Chiron Sport para a Alemanha e aí ultrapassou a barreira das 300 milhas por hora (mph), alcançando uma velocidade de ponta de 304,77 mph, ou seja, 490,48 km/h! Devidamente certificado pela TUV, a inspecção técnica alemã, o superdesportivo francês esmaga assim o recorde que, desde 2017, estava nas mãos dos suecos da Koenigsegg, cujo Agera RS atingiu 457,94 km/h. Ou seja, o Chiron é o mais veloz veículo de produção em série homologado para circular na estrada. Felizmente, também a travar ninguém o pára. Ou melhor, só o Agera RS faz melhor na imobilização total.

Chiron vai de 0 a 400 km/h (e pára) em 42 segundos

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Para fixar este novo máximo, a Bugatti fez uma parceria com a Michelin e a Dallara e o resultado deste trabalho, conduzido secretamente ao longo de seis meses, deu ao Chiron finalmente uns pneus capazes de suportar toda a “energia” do 8.0 W16 quadriturbo, cuja potência subiu de 1.500 para 1.600 cv nesta versão. Aos pneumáticos com compostos especiais juntou-se ainda um trabalho aerodinâmico mais apurado, nomeadamente na traseira, mais alongada (esta versão é 25 cm mais comprida) para reduzir o arrasto. Mas a Dallara também é especialista em suspensões, cuja altura neste Chiron é controlada  por laser.

O piloto de testes da marca Andy Wallace assumiu os comandos, tendo por “pendura” o necessário equipamento de medição, cujo peso extra levou à eliminação de outros itens.

Há mais de 10 anos que os sucessivos recordes de velocidade se discutem a partir de 400 km/h. Em 2007, o SSC Ultimate Aero marcou 412 km/h, velocidade batida seis anos depois pelo Hennessey Venom GT (434 km/h, 2013). Seguiu-se a façanha do Koenigsegg Agera RS, agora esmagada pelo Chiron. Parece que, na próxima década, os recordes de velocidade serão acima dos 500 km/h. Mas o CEO da Bugatti, Stephan Winkelmann, retira-se desde já desse campeonato. “Mostrámos várias vezes que produzimos os carros mais rápidos do mundo. No futuro, vamos focar-nos noutras áreas”, disse à Top Gear.