Edward Snowden vai participar na sessão de abertura da Web Summit, a 4 de novembro, através da transmissão de um vídeo em direto (gravado na Rússia), anunciou a organização do evento esta quarta-feira em comunicado. O ex-analista de sistemas informáticos que denunciou um sistema de vigilância massiva nos EUA e foi acusado de espionagem pelas autoridades norte-americanas está desde 2013 refugiado em Moscovo.

Na transmissão em vídeo, a Web Summit espera que Snowden revele a sua história enquanto funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA), como ajudou a construir o sistema de vigilância em massa, que recolhia milhões de telefonemas, mensagens de texto e emails de cidadãos norte-americanos e por que decidiu expô-lo. Não é a primeira vez que a Web Summit opta por ter um orador à distância na sessão de abertura. Em 2017, os participantes da maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa puderam ver e ouvir Stephen Hawking.

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Já no evento de 2018, o orador que todos esperavam foi Tim Berners-Lee, fundador da World Wide Web e considerado o “pai da internet”. No palco do Altice Arena, apresentou a convenção internacional “Magna Carta para a Web”, que visa tornar a “internet mais segura” e “livre”.

Para este ano, a surpresa é Edward Snowden, acusado de alta traição pelos EUA. Ativista pela liberdade de imprensa, a sua autobiografia foi publicada em Portugal pela Editorial Planeta, com o título “Vigilância Massiva, Registo Permanente” e está à venda desde 17 de setembro. Em 2016, o realizador norte-americano Oliver Stone dirigiu um filme sobre a sua vida, o “Snowden”, com Joseph Gordon-Levitt como protagonista.

A Web Summit decorre entre 4 e 7 de novembro, na FIL e Altice Arena, em Lisboa. A organização espera 70 mil pessoas, incluindo 1.800 startups. Entre os oradores já confirmados, está Brad Smith, responsável jurídico e presidente da Microsoft, Elie Seidman, presidente executivo do Tindero, Guo Ping, chairman da Huawei, Tony Blair ou a comissária europeia Margreth Vestager.

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