Alfredo Santos, o homem de 44 anos que matou a freira Antónia Pinho em São João da Madeira, tinha tido a liberdade condicional negada porque o tribunal considerou que ao fim de 15 anos de pena ainda não se tinha emendado e que iria “com grande probabilidade” reincidir, noticia o Jornal de Notícias.

O jornal consultou o processo de liberdade condicional do recluso, descrito como tendo “perturbação antissocial da personalidade”, e encontrou quatro despachos (2016, 2017, 2018 e 2019) que recusavam a possibilidade de liberdade condicional.

Alfredo Santos conseguiu, ainda assim, sair em liberdade condicional em maio de 2019 quando atingiu cinco sextos da pena a que estava condenado. Mas apesar do risco de reincidência, que se confirmou com a tentativa de violação de uma jovem de 20 anos, em agosto, e a morte da freira, em setembro, ambos no concelho de São João da Madeira, a PSP e as vítimas anteriores não foram notificadas da atribuição da liberdade condicional ao recluso.

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Alfredo Santos já tinha sido condenado por crimes de violação, atentado ao pudor com violência, sequestro, rapto, ofensas corporais, dano, furto, resistência e coação sobre funcionário, falsas de declarações e tentativas de homicídio. Numa das saídas em liberdade condicional, tinha violado uma jovem na Feira. Além disso, não trabalhava nem estudava na prisão, não mostrava arrependimento e não cumpria regras.

Depois da tentativa de violação em agosto, o agressor foi identificado pela PSP que, a 30 de agosto, solicitou ao Ministério Público mandados de busca e detenção em nome do violador. O mandado de busca foi emitido no dia 6 de setembro, mas só seria executado depois de Maria Antónia Pinho ter sido encontrada morta.

“Porque não entregar-me aos outros?” Quem era a freira “radical” que foi morta a cuidar dos outros

A freira Tona, como era conhecida, deu boleia ao recluso no dia 8 de setembro, que a convidou a entrar na sua casa para um café. Quando a freira se recusou a ter relações sexuais com o agressor, este aplicou “um golpe de estrangulamento denominado mata-leão” e violou a freira depois de morta.