A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou esta terça-feira aplicar sanções a quem perturbar o processo para as eleições presidenciais de 24 de novembro, na sequência do decreto presidencial de demissão do primeiro-ministro Aristides Gomes.
Todos que, de alguma maneira, travem o progresso harmonioso do processo eleitoral atualmente em curso com vista às eleições presidenciais de 24 de novembro serão sujeitos a sanções”, adiantou a CEDEAO em comunicado.
No mesmo comunicado, a organização, que considera ilegal o decreto presidencial de demissão de Aristides Gomes, adianta que a CEDEAO e os outros parceiros “empenhados há longos anos no regresso da Guiné-Bissau à estabilidade e à paz, não podem aceitar qualquer ação suscetível de comprometer” essa paz e a estabilidade no país.
CEDEAO considera ilegal decreto que demite Governo da Guiné-Bissau
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu na segunda-feira o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera “uma grave crise política” que põe em causa “o normal funcionamento das instituições da República”.
Guiné-Bissau. Presidente da República demite Governo do primeiro-ministro Aristides Gomes
José Mário Vaz, que concorre como independente às presidenciais de 24 de novembro, responsabiliza o Governo pelo agravar da discórdia e desconfiança no processo de preparação das eleições, depois da repressão de um protesto não autorizado pelo Ministério do Interior, em Bissau, ter causado um morto.