Na quarta-feira, foi avançada a notícia que PSA e a FCA estavam seriamente a trabalhar com vias a uma fusão que gerasse milhões de poupanças em sinergias e criasse um grupo com uma capitalização bolsista próxima dos 50 mil milhões de dólares. Sabe-se agora que a administração do grupo francês PSA já aprovou o acordo, esperando-se a todo o momento que os responsáveis pela FCA aceitem os termos do acordo. Mas tudo indica que há ainda muitos obstáculos pela frente.

Segundo o Financial Times, estão a ser dados passos para a fusão e a aprovação pelas duas administrações é determinante. Mas isto não significa que todos os obstáculos estejam já ultrapassados. Um dos maiores problemas é o Estado francês, o grande responsável pela reprovação da fusão entre a FCA e a Renault, ao exigir que não houvesse posteriormente despedimentos ou encerramentos de fábricas em França, exactamente o aposto do que ambos os grupos pretendem com a fusão. E se o Governo gaulês controla 12,2% da Renault, detém 13,7% da PSA, pelo que a pressão deverá ser desta vez ainda maior.

Outro obstáculo importante é a diferença de culturas, que já levou a que a fusão entre a Chrysler e a Daimler, em 1998, acabasse anos depois em divórcio. Por outro lado, caso tudo funcione na perfeição, esta associação entre os grupos italo-americano e francês irá proporcionar mais uma excelente oportunidade para o português Carlos Tavares reforçar a sua imagem como um dos grandes gestores automóveis mundiais.

O grupo a resultar da fusão PSA/FCA deverá atingir uma produção anual de 8,7 milhões de veículos, o que o coloca no 4º lugar do ranking mundial, atrás dos grupos VW, Toyota e Renault-Nissan-Mitsubishi. Segundo transpirou, a administração do novo gigante automóvel deverá conferir seis lugares à PSA e cinco à FCA, com Tavares como CEO.

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