O ministro das Finanças, Mário Centeno, não exclui a possibilidade de terminar o mandato como presidente do Eurogrupo em 2020 e de vir a exercer o cargo de governador do Banco de Portugal.

A informação foi dada pelo próprio em entrevista ao semanário Expresso (link para assinantes). Embora sublinhe que o seu desafio atual é o de “começar a apresentar o Orçamento do Estado para 2020 na Assembleia da República”, Centeno abriu a porta à possibilidade de terminar o seu mandato à frente do Eurogrupo em julho, dizendo-se “extremamente favorável à limitação do número de mandatos que os políticos exercem”, incluindo ele próprio.

Ao ser questionado com a possibilidade de vir a liderar o Banco de Portugal (BdP), Centeno sublinhou que não vê nenhuma incompatibilidade em que um ex-ministro das Finanças se torne governador do BdP. “Isso está escrito em algum sítio do Tratado?”, perguntou o ministro das Finanças aos jornalistas, antes de sublinhar que não vê “nenhum conflito de interesses”.

“Dou dois exemplos: um dos vice-presidentes do Banco Central Europeu foi ministro das Finanças de Espanha. E o meu colega eslovaco também transitou das Finanças para o banco central. Estou só a dar exemplos”, acrescentou Centeno, que rejeitou ainda estar “num cadeirão de psicanálise”. No entanto, ao ser convidado a comentar as críticas que fez ao BdP e a sua  proposta de reforma da supervisão, o ministro das Finanças preferiu comentar dizendo que “todas as instituições em Portugal têm de acompanhar o desenvolvimento do país” e que estas “nem sempre têm estado à altura”.

Na mesma entrevista, o ministro das Finanças aproveitou ainda para criticar as fontes dentro do Governo que passaram informações “falsas” aos jornalistas sobre o Orçamento do Estado para 2020, sublinhando que a recado é para dentro do Executivo e não para os jornalistas: “Não posso duvidar que, quando um jornalista escreve fontes governamentais, alguma fonte terá dito. Essa fonte transmitiu informação falsa”, garantiu.

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