Para os próximos 12 meses, a bastonária da Ordem dos Enfermeiro tem um desejo: a contratação de três mil enfermeiros. 2020 é o Ano Internacional do Enfermeiro e da Parteira, assinalado pela Organização Mundial de Saúde, e Ana Rita Cavaco está otimista, aliás, os enfermeiros, garante, “são otimistas por natureza”.

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Ao Observador, Ana Rita Cavaco reforça um desejo conhecido: “Para termos um sistema de saúde eficaz nos cuidados que estamos a prestar, temos de contratar três mil enfermeiros por ano durante dez anos”. Feitas as contas, são 30 mil enfermeiros numa década.

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“Isso iria resolver seguramente muitos dos problemas que estão a afetar a prestação de cuidados de saúde”, garante a bastonária, acautelando que “depois teriam de vir outras medidas”.

Seguramos muitas vezes os serviços sem nenhumas condições, trabalhamos sem material básico, em condições muito difíceis, portanto somos otimistas por natureza e não vamos desistir do que devia ser uma prioridade para todos nós, porque todos somos utilizadores do Sistema Nacional de Saúde

Aqui, o leque de desejos é mais diverso, mas começa com um desabafo: “Nos últimos 20 anos, a classe política em Portugal não tem tratado bem os seus enfermeiros”. Os enfermeiros são, destaca Ana Rita Cavaco, “dos mais mal pagos da OCDE” e “são aqueles que estão lá 24 horas por dia”, formando “a maior classe profissional no setor da saúde a nível mundial”.

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“Os enfermeiros queixam-se muito de mobbing, de assédio no trabalho, e têm hoje muito sofrimento ético”, enumera Ana Rita Cavaco, esclarecendo: “Os enfermeiros não conseguem ter condições para prestar os cuidados com segurança e com qualidade, e essas agressões interferem no que fazem todos os dias, na forma como prestam os cuidados às pessoas”.