Já terminou a reunião entre o procurador-geral da República (PGR) de Angola, Hélder Pitta Grós, e a procuradora-geral da República portuguesa, Lucília Gago. Nem um nem outro prestaram declarações aos jornalistas, no final do encontro. O magistrado angolano saiu, pela garagem, de carro por volta das 16h20 — cerca de uma hora e 20 minutos depois de ter chegado.

Hélder Pitta Grós chegou cerca de cinco minutos antes das 15h00 — hora para a qual estava marcado encontro. Já na sala, os dois procuradores não trocaram qualquer palavra, enquanto estavam a ser fotografados pelos jornalistas. Depois, a reunião decorreu à porta fechada.

Na sala, estavam também presentes o vice-procurador da República portuguesa, João Monteiro, e o chefe de gabinete. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Hélder Pitta Grós aterrou em Lisboa por volta desta 6h00 desta quinta-feira. No aeroporto, questionado sobre se veio solicitar a colaboração das autoridades portuguesas, o magistrado adiantou apenas que vinha “pedir ajuda de muita coisa”, não esclarecendo se seria sobre o caso que envolve Isabel dos Santos, por suspeitas de crimes de branqueamento de capitais, falsificação de documentos, abuso de poder e tráfico de influências.

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Certo é que a reunião acontece depois de o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação ter divulgado no passado domingo mais de 715 mil ficheiros — uma investigação jornalística internacional que tornou público esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo — e depois de o próprio PGR angolano ter anunciado que a empresária angolana tinha sido constituída arguida num processo-crime aberto em Luanda.

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Até ao momento, e além da empresária Isabel dos Santos, quatro portugueses foram constituídos arguidos no âmbito desse processo: Sarju Raikundalia, Nuno Ribeiro da Cunha, Mário Leite da Silva e Paula Oliveira. Segundo o Hélder Pitta Grós, são suspeitos de terem funcionado como testas de ferro para negócios de Isabel dos Santos.

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