Donald Trump, Presidente dos EUA, terá proposto um perdão a Julian Assange, o criador do Wikileaks, avança o The Guardian. A acusação foi feita pelo advogado do denunciante, Edward Fitzgerald. De acordo com o jurista, o político republicano Dana Rohrabacher, que era congressista na altura dos alegados factos, terá visitado Assange na embaixada do Equador em Inglaterra, onde este estava exilado, e feito a proposta.

Esta acusação foi feita no âmbito do processo de Assange, que está a decorrer em Londres e começa oficialmente a 25 de fevereiro. Este julgamento decidirá se Assange vai ser extraditado para os EUA. O criador do Wikileaks está acusado nesse país por ter praticado 18 crimes pirataria informática e divulgado documentos confidenciais. De acordo com Fitzgerald, Trump queria que Assange garantisse que a Rússia não tinha nada a ver com as fugas de informação da campanha de Hillary Clinton, que em 2016 foi candidata contra o atual presidente.

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As fugas de informação levaram a que fossem publicados no Wikileaks vários documentos que comprometeram a credibilidade de Hillary Clinton e do Partido Democrata. De acordo com a informação revelada, a liderança do Partido Democrata tinha feito um acordo com Hillary Clinton tendo acabado por ter de pedir desculpa a Bernie Sanders, que perdeu nas eleições primária contra Clinton.

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A juíza responsável pelo julgamento de Assange, Vanessa Baraitser considerou este relato como uma prova admissível no julgamento. Se for considerado culpado, Assange pode ser condenado a 175 anos de cadeia. Desde setembro que Assange está detido na prisão de Belmarsh, no Reino Unido.

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Os documentos divulgados no wikileaks por Assange foram providenciados pela ex-analista militar Chelsea Manning, que foi condenada em 2013. Os procuradores federais alegam que Assange trabalhou com Manning para obter e disseminar informação confidencial. O governo norte-americano afirma que o responsável pela WikiLeaks terá colocado em risco algumas das suas fontes com a publicação de documentos confidenciais em 2010.

Há cerca de 10 anos, o portal WikiLeaks, criado em 2006, divulgou documentos secretos do governo norte-americano. Em agosto de 2012, Julian Assange pediu asilo político na embaixada do Equador em Londres para não ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação, num caso entretanto arquivado.

A 11 de abril deste ano, Assange, de 47 anos, foi detido pela polícia londrina após quase sete anos asilado naquela embaixada. A detenção aconteceu na sequência do cumprimento de “um mandado emitido pelo tribunal dos magistrados de Westminster em 29 de junho de 2012, por não se ter apresentado em tribunal”, segundo o comunicado divulgado à data pelas autoridades.