A Cimeira anual entre Portugal e Espanha vai realizar-se na Guarda no verão para debater a estratégia de desenvolvimento das regiões adjacentes da fronteira comum, anunciaram esta segunda-feira em Madrid os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países.

Augusto Santos Silva e Arancha González Laya estiveram reunidos para tratar de assuntos bilaterais e da atualidade europeia e internacional.

“Partilhamos um desafio de desenvolvimento nas regiões de baixa densidade”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, acrescentando que se está na fase de se tentar “concertar as datas da cimeira que se espera que tenha lugar no verão”.

Por seu lado, a ministra espanhola sublinhou esperar que o resultado da cimeira seja uma estratégia de desenvolvimento transfronteiriço entre as regiões adjacentes dos dois países.

A habitual reunião anual entre os dois países não se realizou em 2019 devido à instabilidade política em Espanha, que levou o país a realizar duas eleições legislativas até que o atual Governo, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, conseguir tomar posse no início de 2020.

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A 30.ª cimeira bilateral e última realizou-se em Valhadolid (Espanha) em novembro de 2018 e foi presidida pelos chefes do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e português, António Costa.

O desafio do despovoamento nas zonas fronteiriças já tinha sido na altura o tema principal abordado, tendo os dois países concordado na altura em delinear um plano conjunto para impulsionar o crescimento dessas regiões.

Santos Silva também “comunicou” a Arancha Gónzalez que a prioridade da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, no primeiro semestre de 2022, será o desenvolvimento social europeu.

Só o desenvolvimento da dimensão social da União Europeia permitirá ganhar os desafios da transição digital e da transição energética e ecológica”, disse o ministro dos Negócios estrangeiros português.

Santos Silva e González Laya também analisaram outras questões, como as negociações europeias sobre o orçamento comunitário, a futura relação com o Reino Unido, os problemas ligados às migrações e a transformação tecnológica.

Os dois elogiaram o esforço que a Turquia está a fazer para acolher quatro milhões de refugiados e imigrantes, mas rejeitaram veementemente a sua utilização como uma arma política contra a UE.

Antes da reunião com a responsável da diplomacia espanhola, Santos Silva teve um outro com a vice-presidente do Governo espanhol, Carmen Calvo, com quem fez o ponto da situação sobre as comemorações conjuntas da primeira viagem de circunavegação, iniciada há 500 anos pelo português Fernão Magalhães e terminada pelo espanhol João Sebastião Elcano.