A Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), nova designação da Binter no país, está a realizar, na época alta, até 28 voos diários nas ligações entre as ilhas cabo-verdianas, prevendo reforçar a frota até 2023, segundo a administração.
A companhia, que atingiu em 2019 um milhão de passageiros transportados em Cabo Verde, garante atualmente as ligações aéreas para sete ilhas do arquipélago, com nove rotas operadas por três ATR-72 500, com capacidade para 72 passageiros, explicou o diretor-geral da TICV, em entrevista à Lusa.
Sempre tivemos projetado ter uma frota de cinco aviões em Cabo Verde. Infelizmente, por vários fatores que nos são alheios, esta aspiração tem vindo a ser adiada. Acreditámos que, se não houver instabilidade no setor doméstico, em meados de 2023 já teremos condições de ter uma frota deste tamanho ou ao redor, de modo a satisfazer o esperado crescimento da procura doméstica e da regional”, explicou Luís Quinta.
Acrescentou que, além dos 140 trabalhadores que a companhia, do grupo da espanhola Binter, emprega em Cabo Verde, está ainda a decorrer um processo de contratação para mais oito.
Segundo o diretor-geral da TICV, a companhia realiza cerca de 18 voos por dia na época baixa (inverno), que sobem para 24 a 28 voos diários na época alta (verão), além de “reforços grandes” nas ligações para as “festividades mais importantes”, como o Carnaval nas ilhas de São Vicente e de São Nicolau, o festival da Baía das Gatas, em São Vicente, ou as festas de São Filipe, na ilha do Fogo.
A companhia iniciou as ligações aéreas em Cabo Verde em 2016 e transportou no ano seguinte cerca de 460 mil passageiros, o melhor registo no histórico das ligações aéreas domésticas segundo a empresa Aeroportos e Segurança Aéreos (ASA) – que gere os quatro aeroportos internacionais e os três aeródromos do país.
O transporte caiu para à volta de 440 mil passageiros em 2018 e para 410 mil no ano passado, descidas que Luís Quinta justifica com a atualização de tarifas feita em 2018 pelo regulador do setor, a Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde.
O mercado doméstico desde 2011 que tinha vindo a descer até ter uma quebra acentuada em 2015. A partir de 2016 começa-se a notar uma subida, tendo sido 2017 o melhor ano em termos de transporte de passageiros”, afirmou Luís Quinta.
A Binter Cabo Verde (CV), criada em 2014, entretanto transformada em TICV, é uma companhia de direito 100% cabo-verdiano, que tem como único acionista a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada. A companhia está a operar nas ligações interilhas desde novembro de 2016 e no ano seguinte, com a saída da estatal TACV daquele mercado, passou a ser a única a garantir os voos domésticos em Cabo Verde.