O Sporting anunciou esta quarta-feira aos funcionários do clube que irá entrar em regime de lay-off, com três regimes diferentes de adaptação pelo menos nos próximos 30 dias. A informação, já era aguardada em Alvalade há algum tempo, sobretudo pela forma como alguns serviços estavam agora parados.

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Este regime, adiantado pelo clube esta manhã em termos internos, diz apenas respeito ao Sporting Clube de Portugal e não à SAD (futebol), não envolvendo também nesta fase os atletas e jogadores das várias modalidades, que irão ainda negociar os cortes percentuais como já aconteceu em relação ao plantel do futebol profissional. Frederico Varandas, presidente dos leões, e Francisco Salgado Zenha, vice do clube e administrador da SAD com a responsabilidade pela parte financeira, fizeram as comunicações por grupos a todos os que estão incluídos.

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Assim, e dentro deste universo de funcionários que nesta altura têm menos funções (ou não têm mesmo qualquer função, na medida em que as instalações do clube continuam fechadas), grande parte, quase 90%, irá entrar em regime de lay-off por suspensão de funções ou redução de horário. Os restantes continuarão o teletrabalho como tinham feito até ao momento, com o respetivo vencimento que tinham antes da pandemia.

Há também uma outra nota importante na comunicação feita esta manhã, justificada pela necessidade de adequar custos numa altura em que muitas das receitas estão “congeladas” (exemplo: bilhética do Pavilhão João Rocha, modalidades para os mais novos ou o espaço físico da Loja Verde): os prestadores de serviços que trabalhavam por recibos verdes terão direito a esse valor provindo do lay-off, não correndo assim o risco de despedimento.

Por definir em termos concretos fica agora o corte nas modalidades mas, de acordo com informações recolhidas pelo Observador, os mesmos serão sentidos a dois níveis: por um lado, haverá um reajuste salarial nos próximos três meses que poderá ser menor caso algum dos campeonatos regresse (à semelhança do que já aconteceu no futebol profissional); por outro, os orçamentos para a próxima temporada de 2020/21, que já estavam a ser alvo de alguns reajustes na ordem dos 10% a menos, sofrerão um novo decréscimo que está agora em discussão.

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Também aqui, a justificação é a mesma – a quebra em algumas fontes de receita ou na bilhética, havendo ainda um ponto que será sempre uma incógnita e que passa pelos valores da quotização, uma das grandes fatias a nível de receitas que as contas do Sporting clube têm todos os anos e que poderá sofrer com o impacto desta pandemia.

Antes, a SAD tinha chegado a acordo com o plantel profissional de futebol para um corte de 40% nos vencimentos dos jogadores válido por três meses, de abril a junho. Quando as competições regressarem, a redução passa de 40% para 20%. Em relação a esses 20% de diferença, ficou acertado que metade será paga até ao final de 2020 e a outra parte até ao final da temporada de 2020/21. Os outros 20% podem ainda ser “devolvidos”, o que acertaria todas as contas, mas com um objetivo desportivo anexado: a chegada da equipa a um dos dois primeiros lugares da Liga, ultrapassando FC Porto e/ou Benfica (além do Sp. Braga).