A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse esta sexta-feira que há 17 laboratórios da academia a fazer testes de Covid-19 em lares de idosos, referido que, atualmente, a principal preocupação é testar os trabalhadores.

“Há mais de um mês que foram proibidas as visitas nos lares e, portanto, agora a principal preocupação que temos é limitar o risco de propagação de quem está a entrar e sair dos lares, que são os trabalhadores“, disse a ministra.

Ana Mendes Godinho falava aos jornalistas no final de uma visita aos laboratórios da Universidade de Aveiro (UA) que estão a realizar testes de rastreio à Covid-19, em que se fez acompanhar pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A governante referiu que a parceria com as universidades e politécnicos veio permitir aumentar a capacidade de realização de testes de despiste à Covid-19 nos lares, referindo que, atualmente, há 17 universidades e politécnicos protocolados que abrangem entre 4.000 a 5.000 testes por dia.

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Além destes, Ana Godinho referiu que há mais 23 laboratórios que “estão nos seus trabalhos preparatórios para se capacitarem para a produção destes testes” validados por parte do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

Na mesma ocasião, o ministro da Ciência e do Ensino Superior disse que este processo veio “mobilizar de uma forma particularmente inédita” a comunidade científica.

Ontem estavam cerca de 5.500 testes já realizados. O plano é para atingir entre 40 mil a 50 mil testes no próximo mês”, referiu Manuel Heitor.

O governante deu ainda conta do trabalho que tem vindo a ser feito pela academia em conjunto com as empresas nacionais para colmatar a falta de alguns materiais necessários para realizar os testes, apontando como exemplo o uso de reagentes e de zaragatoas feitos em Portugal.

“Para além dos protocolos mais tradicionais, que utilizam reagentes importados, temos já hoje em operação um novo protocolo que só usa reagentes nacionais”, disse Manuel Heitor.

Quanto à escassez de zaragatoas, o governante referiu que no prazo de duas semanas, foi conseguido que “uma grande empresa portuguesa que faz cotonetes adaptasse uma nova de linha de produção, estando já hoje a produzir zaragatoas”.

A Universidade de Aveiro começou a realizar testes à Covid-19 no início deste mês. Atualmente, fazem-se cerca de 120 testes por dia e dentro de 15 dias deverá atingir-se a capacidade máxima de 384 testes por dia.

Portugal regista 657 mortos associados à Covid-19 em 19.022 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 28 mortos (+4,5%) e mais 181 casos de infeção (+0,96%).

Das pessoas infetadas, 1.284 estão hospitalizadas, das quais 222 em unidades de cuidados intensivos, e 519 foram dadas como curadas.

O decreto presidencial que prolonga até 2 de maio o estado de emergência iniciado em 19 de março prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.