O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, antecipou esta sexta-feira limitações no acesso às praias do concelho durante a época balnear, devido à pandemia de Covid-19, e considerou ser necessário um “reforço na fiscalização”.

Terá que haver mais meios, quer seja através dos fuzileiros ou da Polícia Marítima, para reforçar a fiscalização. Temo que nos períodos de maior calor, quando recebemos muitos visitantes, seja difícil controlar o acesso e o número de pessoas que vão estar em permanência nas praias”, disse Aires Pereira, presidente da autarquia.

O autarca pretende, também, que as novas regras de acesso às praias, que estão a ser preparadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sejam “clarificadas o mais rapidamente possível”, vincando “o forte impacto económico” que a época balnear tem no concelho.

É preciso tomar medidas rapidamente para evitar a desorganização. É algo que tem um forte impacto na vida económica dos concessionários, dos nadadores salvadores, e de vários setores do concelho. Convém que a preparação seja feita com tempo, e não em junho quando começa a época balnear”, vincou.

O autarca poveiro, eleito pelo PSD, considerou que “tem havido um aligeirar das responsabilidades do Governo atirando-as para as autarquias”, mas apontou que nesta matéria da organização da época balnear “isso não pode acontecer”.

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A APA está a definir as principais regras do funcionamento da época balnear em Portugal este ano, estando previstas reuniões com municípios sobre o tema para que, até 6 de maio, seja elaborado um manual de práticas.

A Póvoa de Varzim é uma das mais concorridas estâncias balneares da região Norte do país, sendo, sobretudo, nos meses de verão frequentada por milhares de visitantes de concelhos vizinhos, nomeadamente do interior.

A coordenadora do Programa Bandeira Azul afirmou na quarta-feira que as praias nacionais vão ter lotação máxima de banhistas durante a época balnear, na sequência da pandemia, que vai ser calculada em função da “capacidade de carga” de cada praia.

Praias vão ter limite máximo de banhistas para cumprir distanciamento social

“As praias, sendo espaços públicos, também terão de ter os procedimentos e regras a serem implementados para segurança de todos e que têm a ver, obviamente, com o distanciamento social”, para impedir a propagação da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus, explicou à agência Lusa a coordenadora nacional do programa Bandeira Azul da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), Catarina Gonçalves.

A responsável disse que está a ser elaborado um “manual de procedimentos sobre o acesso às praias” de Portugal, um trabalho que está a ser desenvolvido por várias organizações, entre as quais a Marinha portuguesa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) e a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este guia deve estar pronto “na primeira semana de maio”, sublinhou Catarina Gonçalves, e incorporará a capacidade de carga de cada praia.

Catarina Gonçalves referiu, contudo, que nas praias é “muito mais complicado” implementar estas medidas, uma vez que “não se pode pôr uma fita amarela” para definir o espaço utilizado pelos banhistas.

Portugal regista esta sexta-feira 854 mortos associados à Covid-19, mais 34 do que na quinta-feira, e 22.797 infetados (mais 444), indica o boletim epidemiológico divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na Póvoa de Varzim foram registados 95 casos positivos desde o início da pandemia.