Não será fácil explicar os motivos que terão levado alguém a conceber um carro de competição a partir do “calmo” 2CV, o mais emblemático dos Citroën – um automóvel concebido para ser simples, barato e confortável, capaz de circular por estradas degradadas com o mesmo à vontade com que rodava em auto-estrada.

A única vantagem que o popular Citroën tem a seu favor, para servir como base para um carro de corridas, é o seu reduzido peso que na versão normal, com motor de dois cilindros opostos com 602 cc e 30 cv, não ultrapassava os 600 kg.

De resto, as suspensões são independentes mas têm um curso muito generoso e a ausência de barra estabilizadora permite a carroçaria adornar imenso, solução boa para as corridas de Pop Cross com um motor fraquinho, mas não tanto se o objectivo for rodar em circuito com potência reforçada.

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Para este 2CV “especial”, o preparador começou por retirar o motor de dois cilindros refrigerado a ar e a caixa de quatro velocidades, lenta e complicada de usar. No seu lugar instalou um quatro cilindros em linha, substancialmente mais compacto e já com a rápida caixa de cinco velocidades, herdado de uma moto Suzuki 1100 GSXR, com 150 cv.

Mas não foi apenas uma mudança de mecânica, uma vez que também o local onde esta foi implantada mudou. De um pacato tracção à frente, o 2CV passou a um feroz tracção traseira, como aliás se pode ver pelos slides que o Citroën descreve rampa acima, revelando mais agilidade que um Ford Sierra Cosworth, igualmente com tracção posterior e 280 cv. A suspensão foi igualmente adaptada ao novo tipo de utilização, com os mecânicos a aproveitarem ainda para ganhar mais uma centena de quilos. Para ver o resultado, o melhor é assistir aos vídeos.