Entre os fabricantes de automóveis convencionais, aqueles especializados em modelos com motor a combustão, a Mercedes é mais um que começa a investir fortemente nos veículos eléctricos. Enquanto não surgem os primeiros modelos com plataformas exclusivas para motores alimentados por baterias, eis que a aposta na produção de acumuladores começa a ser mais óbvia.

Além de mostrar uma das fábricas de baterias localizada em Kamenz, na Alemanha, o construtor anunciou um investimento de 1000 milhões de euros numa rede de nove fábricas de acumuladores, dispersas por sete locais divididos pela Europa, EUA e Ásia. O controlo destas fábricas pertence à Accumotive, uma subsidiária da Daimler fundada em 2009, que posteriormente adquiriu a Li-Tec Battery, uma pequena empresa especializada na produção de células.

A primeira fábrica em Kamenz arrancou em 2012, sendo especializada em packs pequenos, para híbridos e híbridos plug-in. A segunda começou a laborar em 2018, com o fabricante a realçar que é neutra em carbono. Entre ambas, a Mercedes estima atingir em breve uma produção anual de 500.000 packs de baterias, entre as que necessita para o SUV eléctrico EQC, com uma capacidade de 93 kWh, mas também para os híbridos plug-in como o Classe A 250e, com 15,6 kWh, ou com menos de 1 kWh para os híbridos da marca. Face a este volume de produção, a marca de Estugarda está a tratar de incrementar a quantidade de acumuladores, com mais três fábricas na Alemanha. Polónia, China, Tailândia e EUA também acolherão fábricas de baterias, fruto dos 1000 milhões de euros de investimento.

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Se as baterias dos híbridos e PHEV são menos exigentes do ponto de vista tecnológico, o mesmo não acontece com os modelos 100% eléctricos, pois a Mercedes deseja rapidamente atingir autonomias muito superiores a 400 km com packs de 93 kWh. Daí que as células tenham de ser cada vez mais eficientes e com maior densidade energética. Isto obriga a linhas de produção mais sofisticadas, capazes de garantir menores tolerâncias, de forma a poder fabricar as células com menores quantidades de materiais, para poupar no peso, no custo e no volume. No vídeo, a Mercedes chama a atenção para o facto de as soldaduras a laser terem de respeitar tolerâncias de somente 2 mícrones.

A Mercedes espera ter no mercado 20 modelos com motorizações híbridas plug-in até final do ano, a que quer juntar igualmente cinco eléctricos a bateria. Mas promete desde já que, em 2030, a oferta aumentará consideravelmente, uma vez que espera que 50% dos veículos que vai comercializar sejam recarregáveis, quer isto dizer, híbridos plug-in ou eléctricos.

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