O governo de Hong Kong vai injetar 27,3 mil milhões de dólares de Hong Kong (3.110 milhões de euros) para salvar a principal companhia aérea, a Cathay Pacific, anunciou esta terça-feira a empresa.

Em comunicado, a Cathay Pacific anunciou um plano de recapitalização da empresa em 39 mil milhões de dólares de Hong Kong (4.457 milhões de euros), dos quais o governo de Hong Kong vai injetar 27,3 mil milhões de dólares (3.110 milhões de euros).

Esta é a primeira vez que o governo de Hong Kong injeta dinheiro numa empresa privada, na tentativa de manter a cidade como um centro de transporte aéreo na região. “O plano ajudará a manter a nossa competitividade e operações numa altura de desafios sem precedentes para o mercado global de viagens”, afirmou a empresa em comunicado divulgado no seu site.

Este plano de três partes foi projetado para fornecer à Cathay Pacific os fundos necessários para enfrentar o declínio do setor, e uma plataforma financeira estável a partir da qual podemos realizar a análise das operações necessárias para transformar os negócios, para refletir a nova dinâmica do mercado”, refere-se no comunicado.

“Temos de tomar as decisões corretas para nos adaptarmos à nova realidade da aviação global e garantir o nosso futuro a longo prazo. Todos os aspetos do nosso modelo de negócios vão ter de ser revistos”, disse o presidente da empresa, Patrick Healy.

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Nesse sentido, o responsável advertiu que “terão de ser tomadas decisões difíceis no último trimestre deste ano para conseguir uma Cathay Pacific adequada para competir com sucesso e prosperar neste novo ambiente”.

A Cathay Pacific, que emprega 33 mil pessoas, tem enfrentado dificuldades financeiras resultantes da pandemia por Covid-19, cujas receitas já no ano passado tinham sido afetadas pelas manifestações pró-democracia, nas quais participaram alguns trabalhadores da empresa.

Embora a companhia aérea não tenha tomado medidas a esse respeito, a administração da Aviação Civil chinesa fez “lobby” para demitir alguns trabalhadores que participaram nos protestos.

Desde fevereiro, a Cathay Pacific perdeu entre 2.500 e 3 mil milhões de dólares de Hong Kong (entre 285 e 342 milhões de euros) por mês, segundo o presidente da empresa.

O consórcio britânico Swire Group é o proprietário maioritário da Cathay Pacific, com 45% das ações, enquanto a estatal chinesa Air China possui 29,99% das ações.