O Banco Central brasileiro voltou a baixar, na quarta-feira, para mínimos históricos a taxa básica de juros, denominada Selic, de 3% para 2,25% ao ano, no oitavo corte consecutivo.

A medida foi tomada pelo Comité de Política Monetária (Copom), devido ao impacto da pandemia da Covid-19, tendo a instituição financeira assinalado que ainda há espaço para mais reduções.

“Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,75 pontos percentuais, para 2,25% ao ano”, indicou o Banco Central em comunicado.

Este é o menor patamar da Selic alguma vez registado e o oitavo corte seguido na taxa, que iniciou a trajetória de queda em junho de 2019, e que deverá ter novos capítulos.

“Para as próximas reuniões, o Comité vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de rendimento, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”, indicou o Banco Central, frisando que novas informações sobre a evolução da pandemia serão essenciais para definir os próximos passos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Copom destacou que a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre confirmou a maior queda desde 2015, refletindo os efeitos iniciais da pandemia, e acrescentou que indicadores económicos sugerem uma contração ainda maior no segundo trimestre.

De acordo com a mais recente previsão do mercado financeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 6,25% em 2020, por causa da pandemia.

O Brasil registou 1.269 mortos devido à Covid-19 e 32.188 infetados, nas últimas 24 horas, estando ainda a ser investigada uma eventual relação de 4.033 óbitos com a doença, informou na quarta-feira o Governo.

O país sul-americano contabilizou 46.510 óbitos e 955.377 casos confirmados da doença desde o início da epidemia, registada oficialmente no Brasil no final de fevereiro.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos e infetou mais de 8,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.