O Centro de Controlo de Doenças (CDC) chinês afirmou esta quinta-feira que o surto de Covid-19 identificado em Pequim está controlado. “A epidemia em Pequin já está controlada”, disse Wu Zunyou, epidemiologista chefe.

“Quando digo que está sob controlo, isso não significa que o número de casos será zero amanhã ou no dia seguinte”, avisou: “A tendência persistirá por um período de tempo, mas o número de casos diminuirá, tal como a tendência que vimos em janeiro e fevereiro”.

O primeiro caso deste surto — o pior desde a onda de Covid-19 que se espalhou pelo mundo — foi identificado a 11 de junho. Mas, segundo o epidemiologista, o pico foi atingido a 13 de junho. No entanto, o especialista nunca explicou como foi feito esse cálculo, afirmando apenas que as novas infeções serão “esporádicas”.

Ainda esta quinta-feira, o CDC sugeriu que o surto pode ter começado um mês antes do que havia sido calculado. Em vez de ter disparado em finais de maio ou início de junho, o surto pode ter começado um mês antes, ainda em abril. Mas não foi detetado por causa dos portadores assintomáticos do vírus.

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O surto, que já foi adjetivado de “preocupante” e que poderá originar uma segunda vaga de Covid-19, chega pouco depois de a China ter voltado ao segundo nível mais alto de alerta na capital. De acordo com a atualização do Centro de Controlo de Doenças, já são mais de 150 casos, mas “muitos casos de assintomáticos ou casos leves foram detetados neste surto”.

Nas últimas 24 horas, a China contabilizou 28 novos casos de Covid-19, 21 dos quais em Pequim — menos 10 que no dia anterior. São agora 158 as novas infeções pelo SARS-CoV-2, todas elas detetadas nos últimos seis dias. O governo já decretou o segundo nível de emergência, obrigando os comités de bairro a verificar a identidade e o estado de saúde dos residentes e a medir a temperatura à entrada.

À conta deste surto, as exportações de salmão da Noruega para a China caíram para um terço. Os novos casos foram relacionados com um mercado de Xinfadu, principal fornecedor de frutas e legumes da capital, nas bancas que vendiam salmão importado.

Depois da Noruega ter rejeitado as acusações de Pequim, o ministro das pescas Odd Emil Ingebrigtsen garantiu que “o assunto está em fase de resolução”: “Nós estamos a trabalhar nos últimos pormenores e posso confirmar que o assunto parece resolvido”.

Segundo o ministro, representantes dos dois reuniram na quarta-feira e concluíram que o salmão norueguês não está na origem do surto viral. Ainda assim,  as cadeias de supermercados Wumart e Carrefour suprimiram a venda do salmão da Noruega, tal como confirmou o Centro de Produtos do Mar da Noruega, organismo oficial de promoção de vendas de peixe.