Mais de 160 mil novos casos diários de infeção pelo novo coronavírus foram registados ao longo da última semana em todo o mundo, anunciou esta quarta-feira o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), na habitual conferência de imprensa com o ponto de situação global.

Os números divulgados esta quarta-feira pela OMS confirmam ainda a convicção de que a pandemia está a “acelerar” em todo o mundo, com o mês de junho a merecer a maior preocupação: mais de metade de todos os casos reportados desde o início da pandemia referem-se a este mês, o que corresponde a uma percentagem de 60%, adianta Tedros Adhanom Ghebreyesus, que alertou ainda que a pandemia “não está sequer perto de terminada”.

Somam-se até agora mais de 511 mil mortes e mais de 10,5 milhões de casos em todo o mundo.

O responsável da OMS reiterou ainda que uma “abordagem global” é a melhor maneira de pôr fim ao vírus, apelando à coordenação internacional no combate à pandemia e lembrando que os países que adotaram uma série de medidas, como o isolamento, o distanciamento social, o uso de máscara e o rastreamento de contactos, conseguiram suprimir a transmissão do vírus e salvaram vidas.

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Lamentando que alguns países não tenham implementado estas medidas, Tedros Ghebreyesus acrescentou que a pandemia, além de ser um desafio à ciência, “é também um teste de carácter”.

OMS: Médio Oriente enfrenta um ponto crítico

A Organização Mundial de Saúde expressou ainda a sua preocupação em relação ao Médio Oriente que enfrenta agora um “ponto crítico”, após o relaxamento nas medidas de combate ao novo coronavírus seguido de um aumento dos novos casos na região.

No passado domingo, a agência das Nações Unidas tinha confirmado mais de um milhão de casos de Covid-19 numa extensão de 22 países na região leste do Mediterrâneo.

Segundo a OMS, mais de 80% das mortes na região reportam a cinco países: Egito, Irão, Iraque, Paquistão e Arábia Saudita.

O responsável da OMS do Médio Oriente, Ahmed al-Mandhari, considerou que estes valores revelam um “marco preocupante”, acrescentando que a região enfrenta um “limiar crítico”, sendo que o número de casos no mês de junho é superior ao total reportado durante os quatro meses seguintes ao primeiro caso identificado na região em 29 de janeiro.

Ahmed al-Mandhari atribui o aumento ao reforço da testagem, mas também ao relaxamento das restrições no combate à pandemia, apelando às populações para manterem a vigilância e seguirem as recomendações das autoridades de saúde.

“O alívio do confinamento não significa um alívio das responsabilidades individuais e sociais”, frisou.