O Camões — Centro Cultural Português em Maputo reabriu esta quarta-feira, após a suspensão das atividades devido à covid-19, com uma exposição fotográfica de Mário Macilau, que retrata a crise de água em Moçambique e a sua importância para a humanidade.

“Esta exposição relata a crise de água em Moçambique com o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre a forma como tem tratado e explorado o meio ambiente”, disse à Lusa Mário Macilau, fotógrafo moçambicano.

Designada “Água”, a série de fotografias, apresentadas a preto e branco nas paredes do Camões, foi capturada durante os últimos três anos em Moçambique e retrata a crise do recurso, destacando a sua importância como um “bem fundamental de vida para a humanidade”, principalmente em tempos de pandemia.

“Atualmente, a água é o elemento essencial para a prevenção contra a pandemia. Imagine se a situação piorar enquanto estamos numa crise de água”, afirmou Macilau.

Para o escritor moçambicano João Borges Coelho, que apresentou uma “reflexão poética sobre a exposição”, o trabalho de Mário Macilau coloca as pessoas “em contacto com o mundo e com a natureza”.

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“Estas fotografias trazem a realidade para junto de nós”, destacou o escritor.

A exposição fotográfica marca a reabertura do Camões, que esteve encerrado desde março devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus.

“A exposição estava programada para coincidir com as celebrações alusivas ao Dia da Água em Moçambique [22 de março], mas a pandemia mudou-nos os planos”, disse a embaixadora de Portugal em Moçambique, Amélia Paiva.

A mostra, que está aberta desde hoje e até 02 de outubro, foi organizada pelo Camões, contando com o patrocínio da WaterAid Moçambique e apoio da Art Dispersion de Portugal.

As fotografias poderão ser vistas de segunda a sexta-feira, entre as 11:00 e 17:00, respeitando todas as medidas de higiene e segurança para prevenção da covid-19.

Nascido em Maputo, em 1984, Mário Macilau é fotógrafo profissional desde 2007 e os seus projetos abordam matérias sociais e políticas, como os direitos humanos e condições ambientais.

O fotógrafo moçambicano, vencedor de vários prémios, já apresentou o seu trabalho em diversos países, incluindo Portugal.

Moçambique regista um cumulativo de 2.559 casos positivos do novo coronavírus, 19 óbitos e 951 pessoas dadas como recuperadas, segundo os últimos dados.