A Hyundai, que recentemente anunciou a criação da submarca Ioniq para veículos eléctricos a bateria, deslocou três Kauai Electric à Alemanha, para aí levar a cabo uma maratona de autonomia em circuito fechado. E o resultado surpreende: as três unidades terminaram a prova tendo percorrido “confortavelmente” mais de 1000 km com uma só carga.

A surpresa decorre do facto de, em WLTP, o crossover subcompacto sul-coreano homologar 484 km com o pack de baterias com 64 kWh, o que significa que, nesta prova de “resistência” (demorou três dias e envolveu 36 trocas de condutor), o Kauai Electric quase que duplicou a sua autonomia com uma carga completa.

Os resultados concretos foram de 1018 km, 1024 km e 1026 km, com um gasto de energia de 6,28 kWh/100 km, 6,25 kWh/100 km e 6,24 kWh/100 km, respectivamente. Ora, no protocolo europeu de medição de consumos e de emissões, o Kauai de 64 kWh e 204 cv certifica um consumo de 14,7 kWh/100 km, pelo que a explicação para os valores anunciados encontra-se nos moldes em que decorreu a prova na pista de Lausitzring.

Os engenheiros da Dekra monitorizaram a prova

Além de terem sido usados pneus de baixa resistência ao rolamento, toda a energia armazenada nas baterias foi exclusivamente canalizada para propulsionar o veículo de produção em série. Ou seja, ninguém ligou o ar condicionado, apesar da temperatura exterior ser de 29ºC, e o sistema de entretenimento do Kauai Electric também esteve sempre desligado. Mas o maior contributo para estabelecer este registo de hypermiling reside no ritmo adoptado, a uma “estonteante” média de 30 km/h. “Apesar de, à primeira vista parecer uma velocidade reduzida, o teste teve que ser realizado nas típicas condições de trânsito na cidade, incluindo horas de ponta e semáforos, assim como o limite de velocidade de 30 km/h em áreas de residência”, justifica a Hyundai.

Ainda segundo a marca sul-coreana, antes da maratona, havia sido estimado pelos técnicos da Hyundai que o Kauai Electric, teoricamente, seria capaz de percorrer entre 984 e 1066 quilómetros com uma só carga, num regime de condução citadino. O facto de as três unidades terem passado a barreira dos 1000 km revela que houve muita “concentração e paciência” para conduzir de forma a poupar energia.

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