O Presidente do Níger, país que preside à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), abriu a cimeira sobre o Mali considerando que a “situação é grave” e que terá consequências em termos de segurança para a região.

“Temos, portanto, perante nós uma situação grave cujas consequências em termos de segurança para a nossa região e para o Mali são óbvias. Esta situação é um desafio para nós e mostra-nos o caminho que falta percorrer para o estabelecimento de instituições democráticas fortes no nosso espaço“, disse Mahamadou Issoufou, no discurso de abertura, citado pela agência de notícias France-Presse.

O Níger, país vizinho do Mali, onde o Presidente Ibrahim Boubacar Keita foi preso na terça-feira por militares, na sequência de um golpe de Estado, preside atualmente à organização regional com 15 países membros.

A cimeira, por videoconferência, de chefes de Estado da CEDEAO sobre “a situação no Mali” já começou sob a presidência do Níger, anunciou a presidência da Costa do Marfim.

“Este é o lugar para recordar que, em 2012, outro golpe de Estado permitiu que organizações terroristas e criminosas ocupassem durante várias semanas dois terços do território do Mali”, recordou o presidente do Níger, pedindo aos seus pares que “examinassem as várias medidas” na “perspetiva de um rápido regresso à ordem constitucional”.

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“Com a esperança de que consigamos tomar decisões relevantes e fortes, proporcionais à gravidade da situação no Mali, declaro aberto o processo desta videoconferência”, afirmou.

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anunciou a demissão na madrugada de quarta-feira, horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social no país.

A ação dos militares já foi condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), União Africana, CEDEAO e União Europeia (UE).

Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.

Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013, e renovou o mandato de cinco anos em 2018.