A situação foi despoletada há três anos, quando Theresa May se reuniu com alguns gigantes japoneses, a começar pela Toyota e a Nissan, que possuem instalações fabris no Reino Unido (RU). Em cima da mesa estava uma proposta de acordo pós-Brexit entre o RU e o Japão, visando acordos comerciais posteriores à saída daquele da União Europeia (UE). A três meses do final do prazo para a separação do RU da UE, os japoneses lembram que, pela sua parte, tudo o que foi acordado continua em vigor.

De acordo com a Automotive News, com o Brexit ao virar da esquina, o RU tem de encontrar uma forma de escoar a sua elevada produção de veículos. Sendo que, se o destino forem os países da União, isso implicará taxas de, no mínimo, 10%. Isto além de outro tanto que a importação das peças – como motores e caixas de velocidades, necessárias para a fabricação local – terá de pagar à entrada do RU.

O ministro do Comércio Liz Truss saudou o anúncio nipónico como “um momento histórico para o RU, sendo o primeiro acordo pós-Brexit”, salientando que abrange áreas como “alimentação, bebidas e indústrias tecnológicas”. O acordo parece beneficiar sobretudo grandes investidores japoneses no RU, uma vez que “reduzirá para 0% os impostos para os veículos japoneses à entrada do mercado inglês. Assim sendo, não se percebe qual o incentivo para os construtores japoneses construírem no RU, ali criando riqueza, em vez de fabricar os veículos no Japão e depois exportá-los.

Segundo o Governo britânico, as exportações para o Japão poderão aumentar em 15,2 mil milhões de libras, a longo prazo, graças ao novo acordo “zero taxas” a implementar a partir de Janeiro.

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