Esteve no radar do Arsenal depois da saída de Unai Emery, há uns anos integrou a agenda do Manchester United para suceder a Louis Van Gaal e continua a ser um dos nomes mais palpitantes num cada vez mais valioso mercado de treinadores. Ainda assim, Nuno Espírito Santo acabou com as conversas, renovou contrato com o Wolverhampton até 2023 e vai continuar a ser o líder da enorme armada portuguesa em Inglaterra. Apesar disso, e como não podia deixar de ser, a nacionalidade que traz no documento de identificação continua a garantir-lhe comparações com o português mais conhecido do futebol inglês.

“O Nuno é mesmo o Special One dos Wolves e é o meu professor de futebol. Trouxe-nos uma identidade clara e todo o trabalho que fizemos na primeira equipa ao longo dos últimos três anos nasceu da ideia do Nuno. É um homem que nasceu para o futebol e vive para o futebol. Para ele, os Wolves não são só um trabalho mas também uma equipa única. Agora, estamos à porta de um novo ciclo. A história da evolução dos Wolves com o Nuno ao leme vai continuar com mais paixão e determinação. Estamos todos muito felizes, vamos abrir o novo capítulo da nossa alcateia”, referiu Jeff Shi, presidente dos ingleses, em declarações ao site oficial do clube.

O treinador português renovou assim um contrato que expirava em junho do próximo ano — apesar de, ao contrário do que aconteceu na temporada anterior, não ter conseguido garantir a presença nas competições europeias desta época. O sétimo lugar na Premier League não permitiu ao Wolves apurar-se para as eliminatórias de acesso à Liga Europa, o que significa, porém, que a equipa tem agora um ano para se dedicar por inteiro aos objetivos internos e à possibilidade de lutar por algo mais tanto na Taça de Inglaterra como na Taça da Liga. Para isso, o clube mexeu-se no mercado e reforçou a equipa, engrossando também o já vasto contingente português: chegaram Vítor Ferreira e Fábio Silva, ambos vindos do FC Porto, e ainda o brasileiro Marçal, que veio do Lyon. Em sentido contrário, Bruno Jordão foi emprestado ao Famalicão, Gibbs-White foi cedido ao Swansea e Matt Doherty, um dos titulares absolutos de Espírito Santo, reforçou o Tottenham de Mourinho.

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Esta segunda-feira, o Wolverhampton estreava-se na atual temporada da Premier League com uma deslocação ao Sheffield United, a equipa sensação da época passada em Inglaterra. Com Rui Patrício, João Moutinho, Podence e Pedro Neto no onze inicial, Nuno Espírito Santo lançava ainda o reforço Marçal para a titularidade e deixava Rúben Neves e Diogo Jota no banco, ao lado de Rúben Vinagre, Fábio Silva e Vítor Ferreira.

E na primeira jornada de uma nova temporada, o Wolves só precisou de seis minutos para resolver a partida. Raúl Jiménez, que continua na agenda da Juventus, abriu o marcador de primeira depois de um bom cruzamento de Podence a partir da esquerda (3′) — chegando ao golo 50 da carreira em campeonatos — e Saïss, logo três minutos depois, aumentou a vantagem de cabeça na sequência de um canto batido do mesmo lado (6′). Na segunda parte, o Sheffield encostou o Wolves ao próprio meio-campo e a equipa de Nuno Espírito Santo entrou num modo de maior gestão, com linhas mais recuadas e a apostar unicamente no contra-ataque para chegar a zonas mais adiantadas do terreno. Fleck ainda acertou no poste e falhou o relançar da partida (47′), Saïss também esbarrou na trave (70′), o Sheffield não conseguiu mesmo reduzir a desvantagem e perdeu em casa na primeira jornada da Premier League. Até ao fim, Vitinha ainda substituiu João Moutinho e somou os primeiros cinco minutos de liga inglesa.

Quanto ao Wolverhampton, venceu a equipa sensação da época passada, começou a temporada e a Premier League da melhor forma e voltou a mostrar que é um conjunto a ter em conta na corrida pelos lugares cimeiros da liga inglesa. Já Nuno Espírito Santo, com a renovação ainda fresca e espaço para construir “um novo capítulo”, só precisou de seis minutos para dar garantias para os próximos três anos.