Apesar do surto de Covid-19 nas duas equipas, o Gil Vicente estava “disponível para ir a jogo” no sábado, na partida frente ao Sporting, mas a Liga decidiu adiar a partida para a semana de 12 a 16 de outubro.

No passado dia 8 de setembro, durante a testagem habitual antes de cada treino, foi detetado um caso positivo no plantel do Gil Vicente. O jogador infetado manteve-se isolado em casa, em quarentena, durante 14 dias. Na última terça-feira, dia 15, foram detetados mais 9 jogadores positivos e cinco elementos da equipa técnica, entre eles o treinador Rui Almeida. “Há mais três casos positivos de pessoas que não tem qualquer ligação ao departamento de futebol profissional”, confirmou fonte oficial do clube ao Observador, acrescentando estarem assintomáticos todos os infetados.

No entanto, os números revelados pelo clube, de 18 casos positivos, não coincidem com os que a Autoridade de Saúde do ACES Barcelos/Esposende anunciou, em comunicado, esta quinta-feira.”Foram identificados, até ao momento, 19 casos confirmados, dos quais 11 atletas e 8 elementos do staff técnico”, pode ler-se no documento.

Segundo o clube avançou ao Observador, o infetado mais velho é o treinador, de 50 anos, e o mais novo será um jogador de 21. O Gil Vicente diz desconhecer a origem do surto, recusa relacioná-lo com o facto de a equipa ter jogado com o Desportivo de Chaves na semana em que o clube de Vila Real foi o primeiro a comunicar casos positivos.

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“Estamos, neste momento, a prestar apoio médico, alimentar e logístico às pessoas infetadas”, avança o clube, acrescentando que tem providenciado apartamentos no caso de jogadores positivos dividirem a mesma casa. Também o staff técnico tem orientado à distância exercícios físicos para que todos os jogadores, positivos e negativos, se mantenham ativos em casa.

Dúvidas com a duração da quarentena e a proibição de treinar

Os gilistas tinham treino marcado para a tarde desta quinta-feira, às 16h, depois de no dia anterior os jogadores terem testado negativo, mas foram impedidos de o realizar pelo delegado de saúde local, que ordenou uma quarentena obrigatória de 14 dias para todos. No entanto, o clube mantém a dúvida de que a quarentena se mantém nos 14 dias ou altera para apenas 10,  “como já acontece na liga francesa e espanhola”.

O clube de Barcelos “lamenta” os critérios das autoridades de saúde, questionando a decisão do delegado regional. “O Sporting tem 8 jogadores infetados e pode treinar, nós temos 10 e não podemos. Há uma desigualdade de critérios que não compreendemos. Sabemos que a Liga está a fazer tudo para haja jogo no sábado e nós queremos que isso aconteça”, afirma o departamento de comunicação do Gil Vicente.

Esta manhã, foram testadas mais 30 pessoas, entre plantel, staff técnico e estrutura do clube, e todos testaram negativo, avançou o clube ao Observador. “Não temos equipa sub-23 para ir buscar elementos, mas temos um plantel de 25 jogadores e estamos disponíveis para jogar, caso não existam mais casos positivos”, afirmava o clube esta tarde.

O Observador contactou a ARS Norte com o intuito de saber que condições são necessárias para que o jogo aconteça e se está a ponderar esta cenário, mas o organismo reitera a informação vinculada esta quinta-feira. “A informação de que dispomos referente ao assunto em apreço é a que consta da nota de imprensa por nós divulgada ontem”, afirma, acrescentando que “às autoridades de saúde compete determinar quem pode ou não comparecer no jogo (de todos os envolvidos, sejam jogadores ou staff), a decisão de adiar ou anular não é da saúde”.