A época nem começou da melhor forma para o Sp. Braga, com uma derrota no Dragão a abrir a que se seguiu novo desaire na Pedreira frente ao Santa Clara. No entanto, os arsenalistas não demoraram a acertar o passo, goleando em Tondela e ganhando ao Nacional num encontro com resultado mais apertado que aconteceu realmente ao longo de grande parte do encontro. No Campeonato, como já se percebeu, a margem de erro é ainda assim maior, tendo em conta o provável aumento de resultados surpresa à semelhança do que aconteceu nas dez últimas jornadas da última temporada; na Liga Europa, o cenário era diferente. E esse constituía o grande desafio dos minhotos.

Colocado num dos grupos mais complicados desta fase, a começar logo com um Leicester assumido por todos como o grande favorito ao primeiro lugar e consequente apuramento mas que tem ainda o Zorya e o AEK Atenas (que eliminou o Wolfsburgo no playoff com um golo fantástico de André Simões), a estreia com a formação helénica ganhava um especial relevo mas seria tudo menos facilidades. “É uma equipa que não perde [fora] desde 2011 e participou em várias edições, e que não sofre golos também nos últimos dez jogos. Isso já ilustra as dificuldades que vamos encontrar”, salientou Carlos Carvalhal, elogiando a formação comandada pelo antigo central campeão italiano Massimo Carrera, “que é forte nas bolas paradas e no contra-ataque”.

No entanto, e mesmo perante estes números, o técnico sabia da importância de um triunfo. “Estamos empenhados em ‘matar esses borregos'”, atirou, antes de puxar também do peso da experiência em provas europeias como outro dos fatores importantes. “Quando tudo isto é novo, isso obviamente produz ansiedade, provoca ansiedade. Eu já ando nisto há muitos anos, tenho já 3.757 conferências de imprensa, logo já é uma normalidade e sabemos lidar com a situação. A analogia acaba por explicar o que quero responder. Ter alguns jogadores bem sucedidos e com muita experiência internacional ajuda sempre neste sentido”, apontou Carvalhal, que fez também questão de explicar os aspetos que têm vindo a mudar na forma de jogar dos minhotos – mas não na identidade.

“Estamos no bom caminho, com um forte pendor ofensivo. Estamos a criar oportunidades de golo e queremos dar sequência a isso. Nestes quatro jogos no arranque do Campeonato não modificámos nunca a nossa forma de jogar. Foi apontada uma mudança de sistema mas a identidade é a mesma, fizemos foi evoluir o nosso sistema. Não queremos que a nossa equipa comece a primeira jornada de uma forma e à 20.ª esteja na mesma”, contou. E foi exatamente essa evolução que se voltou a ver na equipa tendo um destaque individual: Paulinho.

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Na semana em que renovou contrato até 2025 e aumentou a cláusula de rescisão, depois de um fecho de mercado em que foi cobiçado até ao final pelo Sporting de Rúben Amorim, o avançado entrou como capitão e, mesmo não sendo o MVP do encontro (essa distinção deverá ficar para o aniversariante Galeno, com um golo aos 44′ e uma assistência após jogada individual fantástica), teve uma importância fundamental na equipa pela forma como foi caindo nas alas ou aparecendo no corredor central em zonas de finalização, quebrando a “malapata” dos golos esta temporada aos 76′ após ter marcado 25 na última época e fazendo ainda a assistência para o 3-0 de Ricardo Horta (88′), num grande arranque dos arsenalistas na fase de grupos antes da deslocação à Ucrânia para defrontar o Zorya (que perdeu também por 3-0 em Inglaterra frente ao Leicester). Mas, antes, há dérbi do Minho.

“O mais importante foi a vitória, o azar à frente da baliza era da equipa toda porque batiam nos postes, nos defesas… Conseguimos marcar três golos, foi importante não sofrer. O ADN desta equipa é pressionar, ganhar a bola alta e isso foi reflexo do que se passou esta noite. Temos de ir passo a passo mas não nos podemos agarrar ao passado, tentando dar o nosso melhor e fazendo até mais do que na última época”, comentou na zona de entrevistas da SportTV o avançado, destacando a forma de jogar da equipa como o segredo para o resultado.