Depois de ver “My Octopus Teacher” (em português “A Sabedoria do Polvo”) é provável que nunca mais queira comer polvo. Afinal, são animais inteligentes, com memória e que conseguem criar laços com humanos. Foi isso que provou Craig Foster, um realizador à beira de um esgotamento, que decidiu passar um ano com um polvo (fêmea) numa floresta subaquática de algas na África do Sul.

Todos os dias, Foster mergulhou sem fato e sem botija nas águas geladas do Atlântico (a 8 graus no inverno) para observar o animal de perto (um polvo-comum, aprendemos) até conseguir ganhar a sua confiança e desenvolver uma espécie de relação obsessiva, retratada no popular documentário que chegou à Netflix o mês passado.

Este não é um filme ao estilo BBC Vida Selvagem. “É um documentário diferente”, sublinha o biólogo marinho Rui Rosa, professor na Universidade de Lisboa e especialista em cefalópodes. “Não é de um cariz muito científico, é quase uma história de amor entre um humano e um organismo. Vê-se, de facto, que há ali uma relação de proximidade. Revela como uma pessoa em burnout consegue encontrar-se a si própria dentro do oceano, cultivando uma relação pouco provável com um polvo.”

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.